O presidente cubano, Raúl Castro, declarou "em caráter excepcional" feriado na próxima Sexta-Feira Santa, dia 6 de abril, atendendo a um pedido do Papa Bento XVI durante sua recente visita à ilha, informou neste sábado o jornal oficial "Granma". O comunicado não especificou se a medida será aplicada de forma permanente nos próximos anos.

O pontífice, que encerrou na última quarta-feira um tour pela América Latina, entregou a Castro uma lista de pedidos da Igreja Católica, incluindo uma maior acesso aos meios de comunicação, escolas e universidades.

"O Conselho de Ministros da República de Cuba concordou ontem em encerrar as atividades de trabalho na próxima sexta-feira, 6 de abril", afirma uma nota publicada no jornal.
O feriado na Sexta-Feira Santa é um gesto similiar, ainda que menor, ao que teve o ex-presidente Fidel Castro. Em 1997, o líder decretou feriado de forma excepcional 25 de dezembro,devido à iminente visita do papa João Paulo II, que foi realizada de 21 a 25 de janeiro de 1998. Após a visita, o dia de Natal tornou-se feriado de forma permanente.

A viagem do Pontífice coroou um longo caminho de melhoria nas relações entre o governo e a Igreja, que se tornou o principal interlocutor das autoridades sobre questões sensíveis como os direitos humanos e das liberdades políticas. No entanto, apesar de referências mais ou menos veladas aos presos políticos, exilados e da urgência de mudanças mais fundamentais na nação caribenha, Bento XVI não recebeu dissidentes na ilha.