"Querem me execrar", esbraveja Temóteo Correia contra a imprensa

Deputado falou sobre as notícias veiculadas depois que ele afirmou comprar votos, e se diz perseguido pela mídia local

29/03/2012 14:57

A- A+

Thayanne Magalhães

compartilhar:

“Perguntas idiotas merecem respostas idiotas”. Foi repetindo essa frase que o deputado estadual Temóteo Correia (DEM) quis justificar as suas declarações para a equipe de reportagem do programa CQC da Band, quando afirmou que compra votos para se eleger. O parlamentar usou a bancada da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) na tarde desta quinta-feira (29) para falar sobre o assunto, que repercutiu nacionalmente, e, principalmente, para falar sobre a suposta perseguição da mídia local contra sua vida política.

“Sou vítima de um jornalismo desumano, que quer me execrar da sociedade. Com o programa CQC eu nem me importei, porque eles são malandros que vivem a achincalhar a vida dos outros. Mas a mídia local fez publicações mentirosas, citaram coisas que eu não falei de maneira nenhuma”, disse o deputado, em seu longo discurso.

Correia também lembrou do pronunciamento do senador Fernando Collor (PDS), quando o mesmo se referiu aos jornalistas como “analfabetos funcionais”, em dezembro do ano passado, durante a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece a exigência do diploma em curso superior para o exercício da profissão. "Faço minhas as palavras do senador".

O parlamentar, que foi praticamente o único a falar durante toda a sessão, citou nomes de veículos de comunicação e de jornalistas que teriam publicado matérias com informações mentirosas sobre as suas declarações ao programa humorístico.

Além de relatar como se sente perseguido pela mídia local, Temóteo também declarou que pretende encerrar sua carreira política. “A mídia não tem simpatia por mim e eu também não simpatizo com ela. E quanto à minha vida política, eu pretendo encerrá-la depois de cumprir meu mandato e ninguém da minha família vai se candidatar a nada, nem para inspetor de quarteirão”, afirmou.

O parlamentar também reconheceu não ser o político de grande expressão, e que quem destaca sua vida política é a mídia. “A mídia nunca gostou de mim. Eu não sou um político de muita expressão, mas a mídia sempre me expõe. Na época a Operação Taturana, por exemplo, eu nunca cheguei a ser denunciado pelo Ministério Público, mas os jornais publicaram que eu seria indiciado”, lembrou.

Ao final do seu discurso, depois de falar sobre teoria do jornalismo, mitologia grega e até sobre o caso do ex-apresentador do CQC, Rafinha Bastos, o qual se referiu como pedófilo e monstro, o deputado Antônio Albuquerque (PTdoB), que presidia a sessão, deu por encerrado o pronunciamento.

Primeira Edição © 2011