Militares aguardam parecer da ALE sobre Código de Ética

Comissão formada por parlamentares vai decidir se o Projeto de Lei será devolvido ao palácio ou arquivado

28/03/2012 09:13

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Marigleide Moura

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Os militares estão mobilizados no sentido de buscar solução sobre a polêmica do novo Código de Ética para a categoria. Na terça-feira (27) um grupo de militares recorreu a Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) na tentativa de conseguir sensibilizar os parlamentares para uma possível reformulação do Projeto de Lei (PL) que institui um novo código para a corporação alagoana.

Na ALE, os militares foram recebidos pelos parlamentares que se comprometeram em estudar o caso. Segundo o sargento Teobaldo Almeida, Associação dos Subtenentes e Sargentos Militares de Alagoas, uma comissão foi criada e as associações da categoria vão aguardar um parecer do relator para saber se o PL será arquivado ou devolvido ao palácio.

“Os deputados se mostraram sensíveis ao assunto e prometeram nomear um relator da comissão para dar um parecer sobre o novo código de ética”, informou o sargento que disse ainda que os militares preparam um ato público, sem data definida, a ser realizado no Centro de Maceió.

De acordo com informações apuradas pelo Primeira Edição, o novo código de ética foi criado pelo alto comando da corporação nos quartéis, sem discussão com a tropa. O que gerou insatisfação entre os militares.

Entre as questões definidas no novo texto do código estão a proibição de prestar informações aos veículos de comunicação, realizar trabalho extra, participar de protestos e até atos religiosos.

Para o sargento Teobaldo Almeida a proposta do novo código representa um retrocesso e deve ser discutida com a tropa, principalmente com os praças. “Nos dias de hoje, em pleno século XXI, em um Estado Democrático, um assunto tão importante não pode ter um fechamento assim. Deve ter discussão sobre isso e não uma opressão aos militares”, comentou.

Já o major Wellington Fragoso da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), em entrevista ao Primeira Edição, ressaltou que o novo código de ética “fere de morte a dignidade dos militares”. O major falou também que aguarda uma resposta dos parlamentares. “Nós tivemos uma boa receptividade na Assembleia e acreditamos que tudo será resolvido”.

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