Sesau capacita agentes de endemias e técnicos sobre combate aos roedores

Nos meses de abril, maio e junho são registrados muitos casos de doenças transmitidas por roedores, principalmente a leptospirose

27/03/2012 14:24

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Assessoria

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A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realiza até a próxima sexta-feira (30), no hotel Matsubara, capacitação sobre combate aos roedores. O evento, que teve início nessa segunda-feira (26), tem como público alvo os supervisores regionais de endemias, além de técnicos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).

Nos meses de abril, maio e junho são registrados muitos casos de doenças transmitidas por roedores, principalmente a leptospirose. Ela é considerada a principal enfermidade do gênero, por ser infecciosa e se apresentar com febre, fortes dores de cabeça, musculares, anorexia, náuseas e vômitos.

Ministrado pelo biólogo Eloy Yanes, o curso abordou as características dos roedores, o comportamento e principais hábitos de cerca de 200 espécies. Também foram apresentadas todas as doenças que eles podem provocar, como o Hantavírus, salmonelose, peste, tifo, brucelose, micose, doença de chagas, toxiplasmose, verminose e esquistossomose.

“Os roedores transmitem, em média 30 doenças, mas a leptospirose traz grande preocupação às autoridades de saúde pública, principalmente em Maceió, onde este ano já foram confirmados cinco casos. Como a enfermidade afeta cerca de 3.200 brasileiros, levando 12% deles à morte, é importante que todos os municípios desenvolvam um programa de combate aos roedores, por meio das suas Vigilâncias Epidemiológicas”, alertou Eloy Yanes.

Além do investimento em saneamento básico e de ações pontuais para evitar o acúmulo de lixo e entulhos, é necessário realizar ações sistemáticas, por meio da busca ativa e aplicação de raticidas e de armadilhas. Para isso, segundo o biólogo, são necessárias ações dos agentes de endemias e técnicos dos CCZs, adotando sempre todos os cuidados necessários para atacar os roedores, sem que haja intoxicação dos agentes.

Por isso, a importância de serem utilizados os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), principalmente as máscaras de filtro para pó, uniformes e luvas de PVC. “Mas em caso de intoxicações, é necessário procurar assistência médica, já que elas podem provocar hematomas, hemorragias, sangramentos nas fezes e urina, além de choque anafilático e até levar à morte”, alertou durante a capacitação.

Conteúdo programático – A capacitação sobre combate aos roedores continua nesta quarta-feira (28), quando serão apresentadas as técnicas de inspeção, medidas preventivas e corretivas e técnicas de controle químico e físico. Também serão detalhadas as técnicas para elaboração de um Programa de Controle de Roedores, além de capacitação prática para os supervisores regionais de endemias, além de técnicos do Centro de Controle de Zoonoses.

Também serão repassados os cuidados necessários para que a população seja orientada a como prevenir a leptospirose. Além do cuidado permanente com a água manipulada durante os períodos chuvosos, já que os roedores urinam no solo e na água, contaminando-os. Por isso, é imprescindível evitar o contato com água suja ou proveniente de enchentes, esgoto ou empoçada em terrenos baldios, quintais e margens de córregos, além de impedir que crianças nadem ou brinquem nas águas de enchentes.

“É recomendado usar botas e luvas de borracha durante o trabalho de limpeza de locais onde há lama; lavar o chão, paredes, objetos e roupas com sabão e água sanitária; lavar as caixas d’água; jogar fora os alimentos que tiveram contato com água contaminada; nunca jogar o lixo em córregos e bueiros; conservar as caixas, vasos e ralos sempre bem tampados e lavar os vasilhames de cães e gatos diariamente”, recomendou a técnica da gerência de Agravos não Transmissíveis e Fatores Ambientais, Patrícia Sarmento.  

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