Corregedoria do Senado pede ao MP informações sobre Demóstenes

27/03/2012 11:09

A- A+

G1

compartilhar:

A Corregedoria Parlamentar do Senado pediu nesta segunda-feira (26) à Procuradoria-Geral da República acesso a um relatório da Polícia Federal que contém o teor de conversas entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro por suposto envolvimento com jogo do bicho e máquinas caça-níqueis.

Reportagem do jornal "O Globo" publicada nesta sexta (23) afirma que gravações telefônicas em poder da PF mostram que o senador pediu R$ 3 mil emprestados e vazou informações de reuniões oficiais para Carlinhos Cachoeira.

O relatório está na PGR desde 2009, mas ainda não foram anunciadas investigações. O corregedor do Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB), diz que só poderão ser tomadas providências na Casa após o acesso ao material.

"Nós devemos tomar uma atitude a partir do momento em que a Procuradoria-Geral da República der ao Senado o direito de ver e avaliar todas as provas", disse Vital do Rêgo.

No Senado, colegas de Demóstenes subiram à tribuna para cobrar informações sobre a relação entre o senador e o empresário. "O caso é grave, é grave. E esta Casa da federação não terá moral para notificar, para convidar, pra intimar qualquer cidadão a depor em suas comissões se nós não ouvirmos os esclarecimentos do senador Demóstenes", afirmou o senador Pedro Taques (PDT-MT).

Prisão

Cachoeira foi preso pela PF no fim de fevereiro em uma ação contra o jogo ilegal e está em uma prisão federal em Mossoró (RN). Nesta segunda, a Justiça Federal negou pedido de liberdade da prisão preventiva.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, citou que outros parlamentares de Goiás são mencionados nas investigações da PF. Ele analisa pedido de esclarecimento sobre as denúncias contra Demóstenes.

O senador, contudo, desmente as acusações. Em sua conta do Twitter, Demóstenes publicou, no domingo (25), que não fez nada que pudesse envergonhar o Senado Federal, seu estado, Goiás, ou o Brasil.

"Não faço parte nem compactuo com qualquer esquema ilícito, não integro organização ilegal nem componho algo do gênero. Desminto essas inverdades em respeito a minha família, aos meus amigos, às minhas colegas e meus colegas senadores, a Goiás e ao Brasil", disse.

Primeira Edição © 2011