Economista dá dicas de como equilibrar as contas e fugir do endividamento

Veja dicas práticas de como evitar o endividamento

26/03/2012 16:03

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Marcela Oliveira

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Gerir as próprias finanças pode não ser tarefa fácil, principalmente para quem não tem o hábito de planejar. Pesquisa sobre o Perfil de Endividamento do Consumidor de Maceió, realizada pelo Fecomércio, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEPD), em parceria com o Banco do Nordeste (BNB), aponta elevação do nível de endividamento em março de 2012 para 80% dos entrevistados. No mês passado, o percentual correspondeu a 73,1%.

Houve aumento também no percentual de consumidores com dívidas atrasadas. O indicador saltou de 27,7%, registrado mês passado, para 37,9% este mês.
A taxa de inadimplência cresceu do mais baixo nível registrado em 12 meses, quando em fevereiro chegou a 2,4%, para 3,9%, em março.

Para o economista Cleydner Marques, esses números são preocupantes, principalmente, porque parte dessa dívida é com aquisição de bens de consumo. “Caso esse endividamento fosse contraído para aquisição de bens de capital, ou insumos para produção de novos produtos, isso não preocuparia tanto”.

De acordo com a pesquisa, os cartões de crédito continuam liderando o maior percentual de consumidores endividados (58,8%), seguidos dos financiamentos (37,8%), empréstimo pessoal (11%), cheque especial (8,9%), carnês de lojas (8,4%) e cheques pré-datados (8,5%).

Cleydner Marques recomenda ao consumidor cuidado na hora de utilizar o cartão de crédito para que não fique com a conta alta comprando o que não precisa.

“O cartão de crédito é um ótimo instrumento, quando se sabe usar. Com ele, em muitos casos, é possível que o usuário ganhe bônus. Entretanto, os apelos dos comerciais, fazem com que os consumidores adquiram, muitas vezes, produtos sem tanta necessidade, tornando-se consumidores compulsivos. Para quem é consumidor compulsivo, esconda o cartão de crédito, o cheque especial ou outro instrumento que possibilite a aquisição de bens sem o desembolso financeiro”, disse ele acrescentando que é vantajoso comprar a vista, pois o consumidor não compromete o seu orçamento futuro.

Para quem figura entre os endividados, o economista sugere que o consumidor verifique o montante da dívida e procure saber quanto custa quitar. Em seguida, fazer uma pesquisa para conhecer o local onde se cobra as menores taxas de juros.

“Isso geralmente ocorre nos empréstimos consignados (mesmo para esse tipo de empréstimo é necessário uma pesquisa, pois existem diferenças de taxa de juros). De posse do local que tem as menores taxas de juros, o cliente deverá tomar um novo empréstimo (único) para saldar as dívidas anteriores, onde se cobra as maiores taxas (geralmente cartões de crédito, cheque especial e empréstimos com agiotas). O importante é que ele realmente deverá quitar os débitos anteriores e não contrair mais dívidas”.

Ainda de acordo com a entrevista, a principal causa para elevação dos níveis de endividamento é o desequilíbrio financeiro (51%), seguido do esquecimento em pagar contas (23,7%) e adiamento do pagamento (10,3%). O percentual de consumidores que estão contestando dívidas é elevado, 17%.

A pesquisa aponta ainda que os valores entre R$ 500 e R$ 1.500 compõem o maior percentual das dívidas (47,6%). Até R$ 500, 9,9%; entre R$ 1.501 e R$ 2.000, 12,4%; entre R$ 2.001 e R$ 3.000, 7,4%; entre R$ 3.001 e R$ 5.000, 4%; e, mais R$ 5 mil, 19,6%.

Para fugir do endividamento e ter uma vida financeira saudável, o economista dá a dica. “Em primeiro lugar você deverá registrar todas as suas receitas, isto é, seus ganhos. Após isso, deverá anotar todas as suas despesas, tendo em mente que nunca poderá gastas mais do que recebe. O registro (anotações) das suas despesas mensais ou diárias é importantíssimo para gerar o controle financeiro”, conclui ele.
 

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