Operação Espectro: promotor diz que nomes dos gestores serão divulgados após análise documental

Promotor do Gecoc não dá previsão, mas diz que está cobrando agilidade para que culpados sejam punidos

23/03/2012 05:13

A- A+

Marcela Oliveira

compartilhar:

Os documentos apreendidos durante a Operação Espectro, que desbaratou um esquema de desvio milionário na Secretaria de Defesa Social, ainda estão sendo analisados pelos promotores do Grupo de Combate a Organizações Criminosas (Gecoc) e pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).

De acordo com o promotor Luiz Vasconcelos, a quantidade do material a ser periciado é muito grande. Quanto aos nomes dos gestores envolvidos na fraude, o promotor afirmou que só depois que a denúncia for ofertada é que serão divulgados.

“Vamos citar os nomes só no momento do oferecimento das denúncias. Nessa primeira fase, estamos fazendo a análise fiscal para, a partir disso, identificar quais são os eventuais gestores envolvidos. Não é coisa simples. A lei exige que identifique documentalmente os envolvidos nos processos. Não posso ser leviano em citar nomes sem ter documentos em minhas mãos”, disse ele ao Primeira Edição.

Quanto a prazos para o fim dessa primeira fase, o promotor preferiu não se antecipar. “Quero o mais rápido possível. Cobro dos meus agentes de análise e da própria Sefaz para que consigam ser o mais breve. Não vou dar previsão porque frustra quando não é cumprida. Mas vamos dar resposta à sociedade. Precisamos punir os culpados!”, conclui ele.

No último dia 06, a Polícia Civil e Militar deflagraram a Operação Espectro, que culminou na prisão de oito pessoas, entre contadores e empresários. De acordo com Vasconcelos, à medida que os presos foram ouvidos, foram sendo liberados. “A prisão era para evitar comunicação entre eles”.

Eles são acusados de integrar uma quadrilha especializada em fraudar licitações na Secretaria de Defesa Social. Na prática as empresas vendiam, mas não entregavam os produtos e triplicavam o valor nas notas fiscais. Foram envolvidas 73 empresas, mas apenas 12 tiveram a existência comprovada.

Os crimes são de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, falsificação de documento público, falsificação de documento particular, fraude em licitação, formação de quadrilha e sonegação fiscal.
 

Primeira Edição © 2011