Suspeito de matar 4 em escola na França diz que se entregará

21/03/2012 05:45

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O suspeito do massacre de Toulouse, cercado por forças especiais da polícia, afirmou que se entregará à tarde, informou nesta quarta-feira (21) o ministro francês do Interior, Claude Guéant. Uma operação da RAID, a unidade de elite da polícia francesa, cercou por volta de 3h locais (22h de terça-feira, em Brasília) em Croix-Daurade, um bairro de Toulouse, o suposto atirador, identificado como Mohammed Merah, 24. Houve um primeiro tiroteio no qual dois agentes ficaram levemente feridos.

O funeral das quatro crianças mortas pelo atirador na escola judaica de Toulouse (sudoeste da França) está acontecendo na manhã de hoje, em um cemitério de Jerusalém, na presença de mais de 2.000 pessoas, incluindo o chefe da diplomacia francesa, Alain Juppé. O homem também é o principal suspeito de matar três soldados na semana passada.

Guéant confirmou que o suspeito é um jovem de nacionalidade francesa e origem argelina, que mora em Toulouse. Ele viajou ao Paquistão, teria sido detido no Afeganistão no fim de 2010 por crimes comuns e assegura pertencer à Al Qaeda. "Repete seu compromisso com a Al Qaeda e com meios jihadistas", informou o ministro, que diz que o homem afirma agir "para vingar as crianças palestinas e denunciar a presença estrangeira no Afeganistão".

O irmão do homem que está cercado, também suspeito de pertencer à mesma organização islamita, foi detido, ainda segundo o ministro Guéant, que está em Toulouse para acompanhar a operação. A mãe dos suspeitos foi chamada para ajudar na negociação, mas se recusou a falar com o filho. Então voltaram a ser ouvidos disparos.

O atirador jogou uma arma pela janela da casa em troca de um "aparelho de comunicação", disse Gueant. Ele ainda tem uma metralhadora Uzi, um fuzil Kalashnikov e outras armas, afirmou o ministro.

Ataques em Toulouse e Montauban
O suspeito do massacre era investigado pela DCRI (Direção Central de Informação Interna) desde os primeiros ataques, em Toulouse e Montauban.

No dia 11 de março, um homem matou um soldado de origem magrebina em Toulouse. No dia 15, atirou em três soldados do regimento de paraquedistas na cidade vizinha de Montauban - dois de origem magrebina e o terceiro de origem caribenha - matando dois e ferindo um gravemente.

"A polícia obteve um dado precioso que acelerou a investigação", destacou uma fonte envolvida no caso. Informações preliminares foram obtidas através de vídeos de vigilância, testemunhos de sobreviventes e de contatos entre o assassino e sua primeira vítima, de 11 de março.

Os investigadores foram capazes de reconstituir parte do percurso do assassino desde o dia 6 de março, quando roubou a scooter que foi utilizada até o último ataque, na segunda-feira.

Até 200 agentes especializados foram deslocados para a região para buscar o suspeito. No período de 14 dias, o homem agiu a cada quatro dias e a cada vez utilizou uma scooter e duas armas calibre 9mm e 11.43, além de um capacete para evitar ser reconhecido.

E, a cada assassinato, o criminoso disparou na cabeça das vítimas, "à queima roupa", destacou o promotor de Paris Francois Molins, responsável por esta investigação de terrorismo classificado. Moulins o descreveu como um indivíduo "extremamente determinado, com muito sangue frio e com alvos extremamente definidos". O promotor antiterrorista assinalou que "outras operações" estão sendo produzidas em Toulouse. (Com agências internacionais)

Primeira Edição © 2011