Preso acusado de participar da morte do menino João Hélio

Junto com Ezequiel, foi presa ainda sua companheira, Verônica Margarita Camelo Lopes, de 20 anos

20/03/2012 16:10

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Agência O Globo

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Ezequiel Toledo da Silva, de 21 anos, condenado por participar da morte do menino João Hélio Fernandes Vieites, em fevereiro de 2007, foi preso na manhã desta terça-feira em Iguaba, na Região dos Lagos. Segundo a delegada titular da 129ª DP (Iguaba), Janaína Cristina Peregrino, ele é acusado de posse ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas e associação para o tráfico, corrupção ativa e receptação. Junto com Ezequiel, foi presa ainda sua companheira, Verônica Margarita Camelo Lopes, de 20 anos.

Segundo a Polícia Civil, Ezequiel não possuía passagens pela polícia como maior de idade. Ele, no entanto, cumpriu três anos de medida socioeducativa após a morte de João Hélio. Em 2010, já com 19 anos, foi solto três dias após o aniversário do crime, e pouco tempo depois, incluído no programa do Governo Federal de Proteção a Menores Ameaçados de Morte. A decisão causou polêmica.

Além de ser acusado da morte do menino João Hélio, o rapaz tem outras quatro passagens na polícia, todas durante sua internação. Em uma delas, foi apontado como integrante de um grupo de menores que tentou matar um agente de disciplina na João Luiz Alves. De acordo com o registro, no dia 16 de fevereiro de 2008 - um ano após a morte de João Hélio -, o bando tentou asfixiar o agente com três tiras de pano e cordas. No dia seguinte, o condenado e outros colegas tentaram fugir, organizando um motim. Em agosto do mesmo ano, outra tentativa de fuga foi registrada, dessa vez no Centro de Atendimento Intensivo Belford Roxo (CAI Baixada).

Preso pelo cinto de segurança, João Hélio Fernandes foi arrastado, pendurado do lado de fora do carro, pelas ruas de quatro bairros da Zona Norte, na noite de 7 de fevereiro de 2007. Em alta velocidade, os assaltantes percorreram sete quilômetros de Oswaldo Cruz até Cascadura, em cerca de dez minutos. Eles renderam a mãe de João, Rosa Cristina Fernandes, de 41 anos, com uma arma de brinquedo, num sinal de trânsito nas esquinas entre as ruas João Vicente e Henrique de Melo, em Oswaldo Cruz. Rosa e a filha mais velha, Aline, então com 13 anos, saíram do Corsa, mas a mãe não conseguiu tirar o filho do banco de trás.

Na época, a comoção nacional com a morte do menino levou o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, ao cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. Ele esteve no velório, prestando solidariedade à família. Beltrame classificou o crime de bárbaro e admitiu que era preciso rever o policiamento na cidade, garantindo que aumentaria o efetivo. O secretário afirmou que o plano de segurança para o Rio deveria ser feito a longo prazo.

O então comandante-geral da PM, coronel Ubiratan Ângelo, também esteve no velório. No enterro, ele disse que o fato de os bandidos terem passado por quatro bairros com a criança sendo arrastada por fora do carro não demonstrava falta de policiamento nas ruas. À época, a região de Oswaldo Cruz, Madureira, Campinho e Cascadura, que integra a 9ª Área Integrada de Segurança Pública (Aisp), registrava um dos maiores índices de roubos de carro do estado.

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