Caso Giovanna| MPE denuncia caminhoneiro acusado do assassinato

De acordo com promotor, provas obtidas com rastreamento de celular vão de encontro ao primeiro depoimento do acusado

19/03/2012 16:19

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Mylena Fernandes - Estagiária

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Mais uma reviravolta no caso Giovanna Tenório. Na tarde desta segunda-feira (19) o Ministério Público Estadual (MPE) denunciou o caminhoneiro Luiz Alberto Bernardino da Silva pela participação no assassinato da estudante de fisioterapia. O órgão decretou a prisão preventiva do acusado, alegando contradições em seus depoimentos.

Luiz Alberto já esteve detido por conta das acusações de sequestro, homicídio qualificado, além de ocultação de cadáver e furto simples. Atualmente ele está em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira de rastreamento eletrônico.

O promotor de Justiça Flávio Gomes da Costa Neto assinou a denúncia fundamentada no rastreamento feito no celular da vítima, que foi encontrado em poder do caminhoneiro. Ele alega ter comprado o aparelho no dia 3 de junho, na Feira do Rato, Centro de Maceió, um dia após o desaparecimento de Giovanna.

Após ser comprovado através de rastreamento do celular que o acusado realizou ligações no dia 3 de junho, às 7h06, no bairro do Clima Bom, em Maceió e às 8h57 em Arapiraca, ele mudou o depoimento e passou a informar que teria adquirido o celular em uma feira, no bairro Tabuleiro dos Martins.

Para o promotor, “vale tornar visível que as provas técnicas acostadas aos autos, principalmente os registros de Estação Rádio Base [ERBs] do terminal do denunciado, confirmam que este se encontrava na mesma localidade no momento do desaparecimento da vítima, como também informam que o denunciado esteve nas imediações da região onde foi encontrado o corpo de Giovanna”.

Fora o rastreamento do celular, a polícia encontrou na casa do acusado tecidos idênticos aos utilizados para ocultar o corpo da estudante, afirma o MPE, referindo o documento do inquérito policial. “O cadáver estava parcialmente envolvido por uma toalha de mesa, confeccionada em tecido do tipo algodão, e por um forro de cama, também de tecido, de cor marrom com elástico nas duas extremidades, apresentando ambos [toalha e forro] as extremidades amarradas umas às outras, e partes de fitilho plástico [fio Ráfia] de cor escura amarrando outras partes da borda da referida toalha, formando uma espécie de embrulho”.

O caso
A estudante de Fisioterapia Giovanna Tenório de Andrade, de 28 anos, foi sequestrada e morta em junho de 2011. O corpo foi encontrado quatro dias após o seu desaparecimento, em um canavial na cidade de Rio Largo.

Para a polícia, Giovanna foi morta por estrangulamento. São acusados Antonio Bandeira - que teria mantido um relacionamento extraconjugal com Giovanna, e responde às acusações em liberdade desde a semana passada - Mirella Granconato, esposa de Toni, que está detida no presídio feminino Santa Luzia, e o caminhoneiro Luiz Alberto Bernardino, que cumpre prisão domiciliar.

Supervisão: Thayanne Magalhães
 

Primeira Edição © 2011