Anestesistas recorrem ao Ministério Público e à Justiça

Apenas os procedimentos de urgência e emergência estão sendo realizados

16/03/2012 09:06

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Marigleide Moura

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Os médicos anestesistas de Alagoas que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) continuam com as atividades paralisadas. A categoria deflagrou greve na quarta-feira (14) e apenas os procedimentos de urgência e emergência estão sendo realizados. Agora, eles querem uma reunião com o procurador-geral de justiça, Eduardo Tavares. 

Segundo Dário Braga, diretor da Cooperativa dos Anestesistas de Alagoas (Coopanest/AL), os anestesistas pediram uma audiência, por meio de ofício, com o procurador–geral de Justiça do Ministério Públcio Estadual, Eduardo Tavares. “Nós queremos que alguém nos ajude. Já que a Justiça pode determinar o retorno ao trabalho, pode também obrigar os gestores a conceder o aumento dos valores da tabela do SUS. Hoje, os anestesistas em Alagoas vivem em regime de escravidão. Isso é um absurdo”, disse.

Braga explica que a categoria vem negociando desde o mês de setembro de 2011, mas não tem sido atendida. “Na última reunião que tivemos com o secretário Adeilson Loureiro, ele foi ríspido”, afirmou. “Ele foi deseducado e nos disse: pode fazer greve. Não temos dinheiro para conceder reajuste”, contou.

Dário revelou também que o advogado Rodrigo Fontam, que representa a Cooperativa dos Anestesistas de Alagoas (Coopanest/AL), vai recorrer à justiça para conseguir o reajuste da tabela de valores. A equipe de reportagem do Primeira Edição tentou entrar em contato com ele, mas ele não atendeu as ligações telefônicas.

Na quarta-feira à noite, o juiz da 14ª Vara da Fazenda Municipal, André Avancini, concedeu tutela antecipada à Secretaria Municipal de Saúde e determinou que os anestesistas do município mantivessem atendimento integral nas unidades de urgência e emergência, principalmente nas que realizam procedimentos de obstetrícia e ginecologia, e 30% nos procedimentos eletivos. Caso descumpram a decisão, terão que pagar multa diária no valor de R$ 30 mil.

Já Adeilson Loureiro, secretário de Saúde de Maceió, disse ter proposto que a complementação salarial seja feita para todos as especialidades médicas, por meio do programa de incentivos dos municípios em conjunto com o Estado.

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