Anestesistas participam de reunião no Ministério Público

Somente cirurgias de emergência e urgência estão sendo realizadas.

14/03/2012 09:00

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Marigleide Moura

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Após a suspensão dos serviços prestados pelos médicos anestesistas através do SUS (Sistema Único de Saúde) em Alagoas, uma reunião no Ministério Público Estadual na manhã de hoje (14) discute as reivindicações da categoria e os rumos da paralisação.

De acordo com Teli Damásio, gerente-geral da Coopanest (Cooperativa dos Anestesistas de Alagoas), o presidente da entidade, Dário Braga Dorea participa da reunião no Ministério Público e a expectativa é que o órgão possa auxiliar na negociação entre os gestores e a categoria.

Uma segunda reunião, na sede da cooperativa, está agendada para o fim da tarde de hoje. Segundo Teli, Dário deve repassar as informações sobre a discussão e as novidades para uma possível abertura de negociação tanto a nível municipal quanto estadual.

Com a paralisação dos médicos anestesistas, todas as cirurgias eletivas, aquela necessária para o tratamento médico do paciente pelo SUS, foram desmarcadas. Somente as cirurgias de urgência e emergência estão sendo realizadas tanto na capital quanto no interior. Cerca de 80 profissionais estão sem trabalhar. Apenas 30% dos serviços estão mantidos.

Dário disse que a categoria está aberta ao diálogo e espera uma solução o mais rápido possível, porém ressaltou que está difícil negociar, especialmente com o secretário de saúde de Maceió, Adeilson Loureiro. “Na última reunião, o secretário perdeu a cabeça. Ele inclusive nos disse que nós poderíamos fazer o que quisesse: entrar em greve, parar”, revelou.

“Agora, eu faço um apelo ao governador do Estado, Teotonio Vilela, ao desembargador James Magalhães, a promotora Micheline Tenório do Ministério Público Estadual, ao Dr. Eduardo Tavares e todas as autoridades jurídicas desse estado para que possam intermediar nossa negociação. O que falta é sensibilidade com nossa reivindicação”, afirmou o médico.

Ainda de acordo com Dário, na semana passada a cooperativa recebeu um oficio enviado pelo secretário de saúde de Maceió em que ele afirma não ter dinheiro nenhum para conceder reajuste. “O documento está guardado e nós sabemos que há dinheiro para atender nossa reivindicação. Hoje estamos praticamente em regime de escravidão. A justificativa é sempre a mesma, não tem dinheiro nunca”, completou.

Defasagem

Segundo a cooperativa, atualmente há uma defasagem muito grande no pagamento dos profissionais em Alagoas. São pagos R$ 45,00 para um anestesista pelo SUS. O mesmo profissional recebe R$ 452, 00 em um procedimento em enfermaria, se for pago por convênio. Já em comparação com Estados vizinhos a discrepância é ainda maior. Celi disse que em Pernambuco, os anestesistas recebem R$ 333, 00 e no Piauí R$ 303,00.

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