Vereadores repercutem os supostos desvios para o tratamento de glaucoma em Alagoas

Auditoria teria constatado desvio de R$ 17 mi para o tratamento de glaucoma

13/03/2012 12:31

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Fran Ribeiro

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Os vereadores repercutiram nesta terça-feira (13), durante a sessão ordinária da Câmara de Municipal de Maceió, as denúncias de desvio de verbas que eram destinadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de glaucoma. Os supostos desvios foram descobertos pelo Governo Federal, que decidiu suspender o repasse para Alagoas e mais quatro estados da Federação onde foram comprovadas as irregularidades.

A suspensão atinge principalmente os pacientes que dependem da aquisição do colírio usado durante o tratamento. Sem o repasse do medicamento pelo SUS, os pacientes têm que arcar com as despesas do medicamento, que para um trabalhador significa tirar por mês, aproximadamente, R$ 165 de sua renda.

De acordo com as informações divulgadas, só Alagoas, recebeu mais R$ 30 milhões para serem investidos no tratamento da doença. Porém, deste valor, cerca de R$ 17 milhões podem ter sido desviados. Os desvios teriam sido constatados em outubro do ano passado, quando auditores do Ministério da Saúde visitaram Alagoas e verificaram um superfaturamento no pagamento em clínicas conveniadas ao SUS.

Durante a sessão, os vereadores Silvio Camelo (PV), Théo Fortes (PTdoB), Heloísa Helena (PSOL) e Oscar de Melo (PP) se mostraram preocupados com a suspensão, que paralisou a distribuição do colírio para os pacientes conveniados aos SUS. Sem o colírio, o avanço da doença pode causar cegueira.

"O governo federal autorizou o fornecimento do colírio e, portanto tem que pagar. O governo está sendo irresponsável. Um governo que tem dinheiro para a Copa do Mundo e não quer fornecer o medicamento para a população?", declarou Silvio Camelo, que informou que irá acionar a OAB/AL para interferir no caso.

Segundo Oscar de Melo, com a suspensão ocorrida no último dia 9, deixou mais de 25 mil alagoanos sem o acesso ao colírio. Os vereadores afirmaram a distribuição do medicamento deve ser retomado para que os pacientes não fiquem sem o tratamento durante a conclusão do inquérito que investiga os supostos desvios.
 

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