Fitch reverte rebaixamento de 'nota' de risco grega

E a Comissão Europeia já comunicou a liberação de recursos vinculados ao pacote de ajuda financeira, acordado no ano passado, e orçado em € 130 bilhões (US$ 170 bilhões).

13/03/2012 15:19

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Folha

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A agência de qualificação de risco Fitch Ratings reverteu uma decisão do início deste mês, ao elevar a classificação dos títulos da dívida grega de "RD" (nota para calote seletivo) para "B-", ainda uma das piores avaliações em sua escala.

Na definição da Fitch, a nota "B" indica "um significativo risco de crédito" do país, mas que "uma pequena margem de segurança ainda existe". Ainda nos termos dessa agência, esse "rating" aponta que "a capacidade de continuar efetuando o pagamento dependerá de um ambiente de negócios e econômico sustentado e favorável".

Junto com a Grécia, a Jamaica também possui um "rating" soberano de "B-".

No último dia 9, a mesma agência havia rebaixado a "nota" grega de "C" para "RD" a segunda "nota" mais baixa na escala da Fitch, logo após o país ter anunciado o início do processo de reestruturação da dívida, que implicava no perdão negociado de mais da metade do montante original.

TROCA DE DÍVIDA

Ontem, o governo grego anunciou o fechamento do acordo com quase 100% dos credores, e hoje, abriu a etapa inicial da troca dos títulos de dívida antigos por títulos novos --com maior prazo de vencimento, juros menores e de valor mais baixo.

Os novos títulos estão apoiados pelo Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), são regidos pela lei britânica --mais propícia aos credores em caso de falta de pagamento-- e seus juros crescem com o tempo, além de estarem ligados à recuperação da economia helena.

E a Comissão Europeia já comunicou a liberação de recursos vinculados ao pacote de ajuda financeira, acordado no ano passado, e orçado em € 130 bilhões (US$ 170 bilhões).

BALANÇO DE RISCOS

"A agência considera que os riscos (...) de um 'default' permanecem a luz do alto nível de endividamento pós-PSI [sigla que designa o processo de reestruturação da dívida]", afirmou a equipe de analistas da Fitch, em nota divulgada nesta terça-feira.

"No curto prazo, o prospecto de uma eleição geral e a incerteza sobre a composição e o compromisso do novo governo com o programa da UE-FMI também implica em um risco significativo", acrescentam os especialistas da agência.

A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional são os principais financiadores da Grécia e exigem do país, em contrapartida ao programa de ajuda financeira, um severo ajuste fiscal (cortes de gastos públicos e salários), que provocaram comoção popular e críticas pesadas da oposição ao governo do primeiro-ministro Lucas Papademos.

A Grécia tem eleições gerais previstas para o período entre abril e maio.

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