"A quem pediremos ajuda, se a polícia não nos atende?”, desabafa morador

Ligou 6 vezes para o 190 para que "calasse" grupo de baderneiros que tiraram-lhe o sossego. Mas viaturas estavam sem combustível

09/03/2012 07:48

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Redação

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Equipamentos de som potentes, música alta e consumo de bebidas alcoólicas – e até de drogas – ao ar livre durante toda madrugada e... vizinhos irritados sem conseguir dormir com toda a algazarra. Esta foi a situação vivida, entre a noite de ontem (07) e a madrugada desta sexta-feira (09), pelos moradores da Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, no bairro de Cruz das Almas, que, sem êxito, recorreram à Polícia Militar.

Após o evento em uma casa de show recém inaugurada, vários jovens se aglomeraram e resolveram dar continuidade a festa. Cada grupo tinha seu próprio som e disputava quem alcançava o maior volume. Um dos moradores, um empresário que preferiu não divulgar o nome, disse que a algazarra teve início por volta das 23 horas. “Começaram com um barulho insuportável e aquela bebedeira. Vi alguns até usando crack”.

Ele conta que ligou seis vezes para o 190, número de urgência da Polícia Militar, mas nenhuma guarnição foi enviada, pois, segundo informou a própria atendente, as viaturas estavam sem combustível.

“Minha primeira ligação para a polícia foi às 23 horas. Então me disseram que não havia viaturas. Questionei sobre as que foram entregues pelo governo recentemente. A atendente respondeu que estavam sem combustível. Minha última ligação foi às 3h30”, disse ele indignado.

Diante da negativa da Polícia Militar, ele resolveu ir até o grupo de jovens baderneiros e pedir para baixarem o som. “Fui, mas foi pior, pois aumentaram o volume ainda a mais. Teve um momento que começaram a jogar latas de cerveja no meu muro gozando da cara da gente. O que mostra o quanto são violentos. Liguei para a polícia até às 3h30. Daí, decidi não ligar mais. Desse jeito, a quem pediremos ajuda se a polícia não nos atende?”, questiona o morador, que, com certeza, não foi o único na região a ter o sossego perturbado.

Viaturas insuficientes

O coordenador do Centro Integrado de Operações da Defesa Social (Ciods), capitão Carnaúba, disse que recebe, diariamente, 300 ligações referentes à perturbação do sossego alheio. “No final de semana esse número dobra. É grande a quantidade desse tipo de ocorrências, que, infelizmente, deixamos de atender por ser maior que a quantidade de policiais nas ruas. Então, priorizamos as de maior gravidade”.

Ele também alega que a falta de combustível nas viaturas não é uma situação recorrente. “Isso não é recorrente. Apesar de que muitas vezes, dependendo da quantidade de ocorrências, o combustível não dá. Cada veículo tem um percentual xis por dia. Se as ocorrências forem maiores do que o previsto, a viatura sem combustível tem que ser recolhida à base”.

O Capitão Carnaúba destaca que a distribuição de viaturas é feita por quadrantes. Então, se a viatura disponibilizada para determinado local está em atendimento, a viatura de outro quadrante só será deslocada em situações graves. “Uma viatura só é deslocada para outra área em caso de extrema necessidade”.
 

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