Considerada a guerreira do lar, a mulher alagoana ganhou um dia repleto de homenagens. No dia internacional da mulher, 08, a capital alagoana foi palco de grandes apresentações culturais no calçadão da Rua do Comércio, no Centro da Cidade. O evento contou com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), do Serviço Social do Comércio (Sesc) e da Polícia Militar (PM). A comemoração teve serviços de cortes de cabelo, atividades físicas, preventivas e distribuição de alguns brindes. Um dos principais motivos da comemoração no calçadão foram os avanços já alcançados e a luta pela igualdade.

Com o tema, Mulher e Cidadania, O Governo de Alagoas, através da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, preparou uma vasta programação especial à semana da mulher e da cidadania com palestras, seminários, campanhas educativas e um show especial com cantoras alagoanas.

“Estamos com a agenda cheia durante essa semana da mulher. O governo preparou várias palestras nas escolas e outras instituições de ensinos para mostrar o quanto esse dia é especial para todas as mulheres que sonham com, melhores condições de trabalho, respeito do parceiro e por fim, que a luta pela igualdade vença”, disse a Superintendente da Mulher, Solange Viegas.

Enquanto várias homenageadas iam às ruas do comércio comemorar seu dia, no Corpo de Bombeiros as mulheres se preparam para colocar a mão na massa e realizarem durante todo o dia as atividades de rotina da corporação.

Combate ao fogo, equipe de resgate, treinamento com alicates pesados com cerca de 10kg, manobras com viaturas, equipe de salvamento especial ao mar, essas são as guerreias que sem medo algum realizam todo o trabalho braçal necessário, e estão preparadas para servir a população de Alagoas.

Segundo Cristiane Sampaio, Capitã do Corpo de Bombeiro, O único diferencial dessas atividades é que todas seriam realizadas exclusivamente por mulheres.

“Em nosso dia,  a corporação será completamente representada por mulheres. Durante todo o dia iremos realizar trabalho que geralmente são feitos por homens. Todas na corporação são capacitadas para desempenhar o seu trabalho sem nenhuma dificuldade conforme for passado. A população pode ficar tranquila”, diz Cristiane.

Violência doméstica

Mesmo com tantos obstáculos superados, a mulher ainda sofre com a violência doméstica. Um relatório elaborado pela de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, feito no último dia 6, mostra a vulnerabilidade em que ainda se encontram as mulheres, mesmo nos dias atuais. De acordo com o relatório, somente no ano passado, 2011, 161 mulheres foram assassinadas no Estado de Alagoas, algumas assassinadas por seu próprio parceiro. Em alguns casos antes de serem mortas elas sofrem abuso sexual.

Para a vice-presidente da Comissão de Combate à Violência Doméstica, Patrícia Martins, toda mulher violentada deve se favorecer da lei Maria da Penha.

“Em nossas campanhas a fora, podemos perceber que a mulher já não sente mais medo de denunciar seu agressor, é um grande passo que a sociedade e principalmente essas mulheres estão dando para acabar de vez com esses crimes absurdos”, falou Patrícia.

Ainda segundo Patrícia, as inúmeras palestras que estão sendo feitas em escolas e outras instituições de ensino incentivam a essas mulheres que sofrem agressões de seus parceiros a perderem o medo e denunciar.

“Durante as palestras que são feitas, podemos perceber o resultado imediato, muitas deixam o medo de lado e denunciam o agressor. É importante frisar para essas guerreiras que, não retirem nunca a queixa, nunca desista, pois assim o agressor pagará pelo que fez”, concluiu.