Operador afirma que não estava cuidando de área onde adolescente morreu
UOL Notícias
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Em depoimento na delegacia de Vinhedo (SP) nesta quarta-feira (7), Edson da Silva, 23, um dos operadores do brinquedo do Hopi Hari onde morreu a adolescente Gabriella Nichimura, 14, no dia 24 de fevereiro, negou que estivesse cuidando do bloco onde ocorreu o acidente. O funcionário prestou depoimento hoje na delegacia da cidade.
A informação foi passada pelo delegado do caso, Álvaro Santucci Noventa Júnior, que investiga o acidente. Na terça-feira (6), outro funcionário do Hopi Hari, Marcos Antônio Tomás Leal, 18, prestou depoimento e também disse que não cuidava do setor do brinquedo onde morreu Gabriella. O brinquedo de onde a vítima caiu é dividido em blocos de cadeiras: Gabriella estava no setor 3.
"Há uma divergência nos depoimentos [de Leal e Edson]. Ele [Edson] nos disse hoje que estava cuidando da seção 2 e não da 3, diferente do que falou o outro", afirmou o delegado. Leal disse à polícia que era responsável pelos setores 2 e 4. Segundo Santucci, havia um revezamento de funcionários para cuidar dos setores.
O funcionário disse ainda que operava o brinquedo havia apenas duas semanas. Ontem, Marcos Antônio Tomás Leal afirmou que não recebeu treinamento específico para operar a atração e estava havia apenas 20 dias na função.
Edson e duas funcionárias do parque, Luciana de Lima Ribeiro, 40, e Amanda Cristina Amador, 20, que também trabalhavam no mesmo brinquedo, estão sendo ouvidos hoje por Santucci. Os promotores Rogério Sanches e Ana Beatriz Vieira Leal, do Ministério Público de Vinhedo (SP), acompanham os depoimentos.
Edson chegou para depor por volta das 9h30 acompanhado de dois advogados do Hopi Hari, Franco Bet e Idalvo Camargo de Matos Filho. Ambas as mulheres chegaram à delegacia depois, por volta das 11h20. Segundo o delegado, elas não viram o depoimento de Edson e serão ouvidas ainda hoje.
Entenda o caso
A adolescente Gabriella Nichimura, 14, morreu ao cair do brinquedo La Tour Eiffel, conhecido como elevador. Ela usou uma cadeira que estava desativada há dez anos. A garota foi levada para o hospital Paulo Sacramento, em Jundiaí (SP), mas não resistiu e morreu por traumatismo craniano seguido de parada cardíaca.
Depois do acidente, a polícia ouviu funcionários, visitantes e familiares da garota. Após a mãe da adolescente mostrar fotos tiradas minutos antes do acidente, verificou-se que a primeira inspeção havia sido feita no assento errado. A perícia na cadeira efetivamente usada por Gabriella constatou que a trava abria quando o brinquedo era colocado em atividade.
O parque fica no km 72,5 da rodovia dos Bandeirantes, no município de Vinhedo (SP). O brinquedo onde ocorreu o acidente tem 69,5 metros de altura, o equivalente a um prédio de 23 andares. Na atração, os participantes caem em queda livre, podendo atingir 94 km/h, segundo informações do site do Hopi Hari.
O parque está interditado desde o começo da semana para a realização de vistoria no local. Na segunda-feira (5), o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) informou que 14 brinquedos do parque serão alvo de perícia detalhada nos próximos dias. O Hopi Hari deverá permanecer fechado até a próxima semana.
Primeira Edição © 2011