Na BM&F, o dólar à vista também terminou esta quarta-feira na mínima do dia, de R$ 1,7653 (+0,30%), após atingir uma máxima pela manhã de R$ 1,7721 (+0,68%)
Estadão
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Mesmo com a ausência do Banco Central no mercado pelo segundo dia consecutivo, hoje, o dólar encerrou em alta ante o real, pela quarta sessão seguida. A continuidade da trajetória positiva expressa cautela diante da possibilidade de novas ações do Banco Central e do Ministério da Fazenda no câmbio. Neste período de ganhos acumulados em 3,21%, o dólar à vista saltou de R$ 1,7120 no encerramento da última quinta-feira para R$ 1,7670 (+0,40%) no fim dos negócios hoje no balcão. Em março, a moeda norte-americana apura valorização de 2,97%, que ajuda a reduzir a perda contabilizada no ano para 5,46%.
A valorização intraday da moeda norte-americana, no entanto, perdeu fôlego ainda na primeira parte dos negócios, reagindo às declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o governo não está identificando especulação nos ingressos de recursos no País via Investimento Estrangeiro Direto (IED). A constatação dissipou o receio de eventual taxação sobre a entrada de recursos no País com esta destinação. De todo modo, o ministro reafirmou que o governo tem muita munição, que o mercado sabe disso e respeita o propósito do governo em não permitir que o real se valorize. Com isso, o dólar no balcão abandonou a máxima registrada mais cedo, de R$ 1,7730 (+0,74%).
Na BM&F, o dólar à vista também terminou esta quarta-feira na mínima do dia, de R$ 1,7653 (+0,30%), após atingir uma máxima pela manhã de R$ 1,7721 (+0,68%).
No mercado futuro, os contratos de dólar também devolveram parte dos ganhos iniciais e, às 16h50, o vencimento para abril de 2012 subia 0,48%, a R$ 1,7785, depois de bater no pico mais cedo, de R$ 1,7855. Este vencimento girou US$ 17,892 bilhões até 16h21, de um total movimentado com sete vencimentos, de US$ 18,127 bilhões. O contrato de dólar mais longo negociado até esse horário era o de outubro de 2012, cotado a R$ 1,840.
Ciente da disposição do governo em agir contra uma valorização acentuada do real, os agentes financeiros consultados avaliam que o Comitê de Política Monetária (Copom) poderá facilitar o controle do câmbio, por meio de um eventual corte mais incisivo na taxa Selic hoje à noite, a fim de reduzir o diferencial de juros interno e externo e, desse modo, diminuir a atratividade do País aos investidores estrangeiros. No mercado de juros, cresceram as apostas em uma redução de 0,75 ponto porcentual na Selic, embora eventuais cortes de 0,50 pp e de até 1 pp também não sejam descartados.
No exterior, o dólar exibiu comportamento misto. Enquanto o euro subia a US$ 1,3148, de US$ 1,3112 no fim da tarde de ontem, o dólar avançava a 81,1960 ienes, ante 80,88 ienes na véspera. Já o dólar Index (que mede a variação da moeda norte-americana ante outras seis divisas fortes) recuava a 79,697, ante 79,724 ontem.
Primeira Edição © 2011