PM escolta caminhões para suprir serviços essenciais em SP

"Nós não podemos forçar os motoristas a saírem da distribuidora, mas vamos garantir o deslocamento", disse o major

06/03/2012 15:44

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Folha

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A Polícia Militar afirma que vai garantir a segurança dos caminhoneiros que quiserem transportar combustíveis na Grande São Paulo mesmo com a paralisação da categoria. Até as 14h30, seis escoltas haviam sido realizadas.

O major Marcel Soffner, porta-voz da PM, detalhou na tarde desta terça-feira o plano da corporação para evitar um desabastecimento provocado pelo protesto contras as restrições na marginal Tietê.

Ele afirma que o governo do Estado convocou um gabinete de gerenciamento de crise para monitorar a situação. Participam a Polícia Rodoviária, o Batalhão de Choque, a Polícia Rodoviária Federal, a SPTrans (que gerencia o transporte público) e representantes das distribuidoras.

Segundo Soffner, o gabinete vai decidir onde a polícia vai atuar. A prioridade será escoltar entregas de combustível para abastecer serviços essenciais como hospitais, bombeiros, polícia, seguidos de transporte público e aeroportos, e por último os postos de combustível.

"Nós não podemos forçar os motoristas a saírem da distribuidora, mas vamos garantir o deslocamento", disse o major.

A PM diz que hoje foram feitas seis escoltas até as 14h30. Dois caminhões saíram de uma distribuidora em São Caetano do Sul para abastecer serviços essenciais em Mauá, Suzano e São Paulo; um caminhão saiu do mesmo lugar para suprir um posto da CET e da prefeitura de São Paulo; e três veículos saíram de Paulínia (interior de SP) para abastecer o aeroporto de Congonhas (zona sul de SP).

Outros três veículos devem ser escoltados hoje de Paulínia para Congonhas. Segundo a PM, o aeroporto precisa de seis caminhões por dia para manter seu funcionamento normal.

OCORRÊNCIAS

A polícia foi acionada após donos de distribuidoras reclamarem de vandalismo contra caminhoneiros que saíam para fazer entregas. Pela manhã, quatro caminhões que tentavam sair de uma distribuidora foram apedrejados em São Caetano do Sul.

Manifestantes pró-paralisação arrancaram as chaves dos veículos e as jogaram no rio Tamanduateí, na avenida dos Estados, segundo a distribuidora.

A PM diz que este foi o único ato de vandalismo registrado oficialmente, mas que há relatos de hostilidades contra caminhoneiros que decidiram fazer suas entregas.

Além de São Caetano, o Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) afirma que ocorreram impedimentos de circulação de caminhões em Guarulhos, Barueri e em São Paulo.

"Infelizmente, essas manifestações estão ocorrendo de forma violenta, com depredações de diversos veículos e ameaças a funcionários e motoristas", afirmou o sindicato, em nota.

O presidente do Sindicam (sindicato dos que representa os caminhoneiros), Norival Almeida Silva, afirmou mais cedo que o abastecimento para setores essenciais estava liberado, mas, na avaliação do Sindicom, não havia segurança para o transporte.

A PM disse hoje que pode pedir à Justiça autorização para interceptações telefônicas para tentar identificar os autores das ameaças aos caminhoneiros.

POSTOS

Com a paralisação, caminhões-tanque não estão abastecendo os postos. A falta de combustível nos postos também está provocando uma corrida de motoristas, que estão enchendo o tanque, o que acelera ainda mais o fim dos estoques.

O Procon alerta o consumidor para a possibilidade de aumentos abusivos do valor da gasolina e do álcool, e por isso orienta o motorista a exigir nota fiscal quando abastecer.

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