Operação desarticula quadrilha acusada de desvios em Alagoas

O roubo pode chegar aos R$ 300 milhões nos últimos cinco anos; Empresários e contadores já estão presos na Central de Polícia

06/03/2012 04:18

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Marigleide Moura

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Sete pessoas foram presas na operação Espectro desencadeada por volta das 4 horas da manhã de hoje (6) em Maceió e em Marechal Deodoro. A operação teve a participação da Policia Civil, Militar, Gecoc e Ministério Público e desarticulou uma quadrilha especializada em fraudar licitações na Secretaria de Defesa Social. Os acusados foram levados para a Central de Polícia, no bairro do Prado.

Até  o momento foram presos os contadores José Carlos Dantas, Irani Martins de Omena Brito, Antônio Luiz Gonzaga Filho e Tânia Lúcia Feijó de Andrade e os empresários Luzinete Françça Arakaki, o filho dela Emerson Toshio Arakaki e Délio Xavier Tavares. Com este último, preso em Cruz das Almas, foi encontrado uma quantia de cerca de R$ 4 milhões, em promissórias, cheques e em espécie.

Foram expedidos 34 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de prisão. Os mandados foram requeridos pelo Gecoc à 17ª Vara Criminal da Capital. O desvio pode chegar aos R$ 300 milhões nos últimos cinco anos

A avaliação dos documentos pode conduzir a prisão de agentes públicos envolvidos nas fraudes, revelou o promotor Luiz Tenório. Segundo o promotor essa será uma segunda fase da operação.

Ainda segundo o promotor, a investigação começou a partir de um pedido da Controladoria Geral do Estado que solicitou a observação de notas fiscais de produtos alimentícios que eram revendidos ao Estado. Tenório explicou que as empresas fantasmas simulavam vendas e as compras eram feitas por empresas também fantasmas. “Na prática as empresas vendiam, mas não entregavam os produtos e triplicavam o valor nas notas fiscais”, disse.

“Os documentos investigados são a partir do ano de 2007 e envolve pelo menos 73 empresas. Destas, 12 foram comprovadas no esquema de fraudes”, acrescentou o promotor.
Os crimes são de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, falsificação de documento público, falsificação de documento particular, fraude em licitação, formação de quadrilha e sonegação fiscal.

Os acusados presos devem ser levados para o Instituto Médico Legal, onde passarão por exames de corpo de delito ainda na manhã de hoje.

Primeira Edição © 2011