Investidor foge de ativos de risco e dólar sobe 1,38%, a R$ 1,76; BC não atua

No fechamento, a moeda à vista no balcão subiu 1,38%, a R$ 1,760

06/03/2012 15:25

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Estadão

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O dólar no mercado à vista fechou em alta pela terceira sessão consecutiva, acumulando ganho de 2,80% no balcão neste período. O Banco Central ficou ausente das mesas de câmbio hoje, após nove sessões consecutivas em que a autoridade monetária e o ministério da Fazenda atuaram fortemente por meio de leilões diários e do anúncio de medidas cambiais.

No fechamento, a moeda à vista no balcão subiu 1,38%, a R$ 1,760 – maior valor desde 19 de janeiro (quando finalizou em R$ 1,7670). O resultado assegurou uma valorização de 2,56% em março e reduziu a perda acumulada pela moeda no ano para 5,83%. Na BM&F, o dólar spot encerrou com avanço de 1,43%, a R$ 1,7601. O giro financeiro total à vista registrado às 16h58 na clearing de câmbio somava US$ 1,328 bilhão (US$ 1,111 bilhão em D+2).

No mercado futuro, nesse horário, o dólar abril 2012 avançava 1,34%, a R$ 1,7745, com giro de US$ 18,932 bilhões, de um total de US$ 19,047 bilhões movimentados com quatro vencimentos. O dólar para maio de 2012 estava na máxima do dia, em R$ 1,7830, alta de 1,25%.

O avanço de preço hoje ficou em linha com a valorização generalizada da divisa norte-americana no exterior em meio ao sentimento de aversão ao risco que derrubou os preços de commodities e as bolsas de valores pelo mundo, inclusive no Brasil. De outro lado, a reafirmação pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, do aviso recente feito pela presidente Dilma Rousseff de que o governo continuará a adotar medidas cambiais tanto no mercado futuro de derivativos quanto no mercado à vista para aumentar a competitividade do País contribuiu para ampliar a valorização local da moeda norte-americana. Mantega advertiu que “o arsenal é infinito”.

A proximidade do prazo final, nesta quinta-feira, para a confirmação pelos credores privados da Grécia de adesão ao processo de reestruturação da dívida do país e preocupações com os efeitos no mundo do corte nas previsões de crescimento da China este ano para 7,5% voltaram a pesar negativamente, gerando apreensão nos mercados. Além disso, a contração de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro no quarto trimestre do ano passado, em comparação com o trimestre anterior, alimentou a desconfiança sobre a capacidade da região de sair da crise. Aqui, a economia brasileira cresceu 0,3% no quarto trimestre de 2011 ante o trimestre anterior, resultando numa expansão de 2,7% do PIB no ano passado, que ficou dentro das previsões dos economistas.

Primeira Edição © 2011