Dólar reage a medidas do governo e fecha em alta de 1,23%

Moeda encerrou o dia cotada a R$ 1,7330; divisa acumula ganho de 1,58% na semana e de 0,99% no mês, mas ainda recua 7,28% no ano

02/03/2012 15:06

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Estadão

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Na semana em que o governo brasileiro deflagrou firme combate à guerra cambial, com oito leilões de compra de dólar (sete à vista e um via contratos de swap cambial reverso) e duas medidas cambiais para controlar fluxo especulativo, o dólar encerrou a sexta-feira em alta ante o real.

O dólar à vista terminou na máxima do dia, com avanço de 1,23%, cotado a R$ 1,7330 no balcão. Na semana, acumula ganho de 1,58% e, no mês, de 0,99%. Contudo, no ano, a divisa norte-americana tem desvalorização de 7,28% ante o real. Na BM&F, o dólar spot subiu 0,92%, e encerrou hoje em R$ 1,7271.

Depois de ter ampliado ontem de dois para até três anos a abrangência do IOF de 6% sobre emissões no mercado internacional, hoje a equipe econômica limitou o prazo dos Pagamentos Antecipados, uma das modalidades de financiamento à exportação, a 360 dias. Em contratos com prazos maiores ou naqueles em que o crédito não seja concedido pelo importador da mercadoria, a operação será considerada um empréstimo externo comum e, assim, estará sujeita ao Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) de 6%, em prazos até três anos.

O ajuste de alta do dólar também foi impulsionado por indicadores ruins na Alemanha e Espanha e pela decisão dos ministros de Finanças da zona do euro, Eurogrupo, de que a Grécia precisa concluir a troca de bônus de credores privados antes de receber uma nova ajuda. Diante das críticas ontem da presidente Dilma Rousseff ao excesso de liquidez injetado na economia global pelos bancos centrais dos países desenvolvidos para sair da crise, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse hoje que conversará com Dilma na próxima semana. Após o fim da cúpula da União Europeia, Merkel disse que compreende a preocupação de Dilma. "Por um lado, posso entender os questionamentos dela. É por isso que direi a ela que planejamos usar este momento" para buscar reformas, "que certamente não implementaremos medidas similares novamente e que a liquidez será absorvida do mercado novamente".
 

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