Protesto contra as condições de segurança paralisou expediente
Folha.com
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Funcionários da Justiça de Minas Gerais anunciaram paralisação ontem (29) em protesto contra as condições de segurança de um edifício --a construção, segundo os servidores, corre risco de desabar devido ao excesso de processos.
Cerca de 200 pessoas trabalham no prédio, que fica na região central de Belo Horizonte e reúne sete varas de Fazenda Pública. Dos 12 andares, sete têm salas com processos.
O vice-presidente do sindicato dos servidores, Rui Viana, disse que laudo feito em 2009 a pedido do próprio Judiciário mineiro apontou que cada andar do prédio suporta 7.000 processos. A carga atual, contudo, é de 11 mil a 15 mil processos por andar.
O sindicalista disse que os maiores processos, com dezenas de volumes, chegam a encher um carrinho de supermercado. "Os servidores estão em perigo", afirmou.
Em assembleia na terça-feira, os funcionários que trabalham no edifício decidiram paralisar atividades no próximo dia 6. Na ocasião, devem avaliar ainda possível greve por tempo indeterminado em protesto contra a situação.
Segundo o sindicato, manifestação dos servidores no último dia 16 levou o Tribunal de Justiça a suspender a entrada do público no edifício --funcionários continuaram trabalhando. Os processos começaram a ser transferidos ao subsolo da unidade.
O sindicato, no entanto, afirma que a medida não é suficiente em razão do risco atual para os trabalhadores e da dificuldade de acesso a processos espalhados. A entidade informou ter contratado perícia independente para avaliar a situação.
Procurado, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais não se manifestou.
Primeira Edição © 2011