Engenheiro do Hopi Hari descarta falha mecânica em brinquedo

Gabriela vivia no Japão e estava passando as férias na casa de familiares em Guarulhos (Grande SP)

28/02/2012 15:49

A- A+

Folha

compartilhar:

Um dos engenheiros responsáveis pelos brinquedos do parque Hopi Hari, em Vinhedo (interior de SP), descartou que tenha havido falha mecânica no La Tour Eiffel. Na última sexta-feira (24), uma adolescente morreu após cair do aparelho quando estava a cerca de 25 metros do chão.

O engenheiro, que não teve o nome revelado, prestou depoimento ao delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior na manhã desta terça-feira (28). Segundo o advogado do parque, Alberto Toron, o profissional afirmou que os equipamentos funcionam "em absoluta condição de segurança".

"Ele reiterou que os equipamentos e brinquedos só entram em funcionamento quando estão em condições rigorosas para isso. É por isso que a perícia não encontrou nenhum problema mecânico", disse Toron.

Segundo ele, o parque colabora e quer que a investigação sobre o caso seja profunda. Ontem, a perícia, acompanhada pela Polícia Civil e Promotoria, realizou testes no equipamento e apontou maiores chances de ter havido falha humana.

"Mecanicamente o equipamento está adequado, mas o funcionamento passa pela mão humana e o problema pode estar aí", afirmou o perito criminal Nelson Roberto Patrocínio da Silva. Segundo ele, a falha pode ter acontecido na liberação do brinquedo para a subida.

ACIDENTE

Gabriela Yukay Nychymura, 14, morreu por volta das 10h30 e foi enterrada no sábado (25), em Guarulhos. Ela foi encaminhada ao hospital com traumatismo craniano, mas chegou sem vida ao local. No elevador, como é conhecido o brinquedo em que ela estava, cada visitante sobe cerca de 70 metros em uma cadeira com trava individual e despenca em simulação de queda livre, podendo chegar a 94 quilômetros por hora.

Gabriela vivia no Japão e estava passando as férias na casa de familiares em Guarulhos (Grande SP). Segundo a polícia, ela estava no parque com a mãe e o pai, que são brasileiros.

"Uma testemunha que estava entrando no parque disse categoricamente que viu o corpo ser lançado depois da trava abrir", afirmou o delegado de Vinhedo, Álvaro Santucci.

"No momento da freada brusca, olhei para cima. Vi quando a trava se levantou e ela caiu. O barulho da pancada foi forte. Fiquei muito apavorada", disse a turista mineira Cátia Damasceno, 30, ainda transtornada na porta da delegacia.

Segundo o delegado Álvaro Santucci Jr., outras duas testemunhas que prestaram depoimento disseram ter visto o equipamento de segurança destravado.

O músico Victor Kawamura, 20, foi um dos que presenciaram o acidente. "Fiquei olhando e, na hora da brecada, a menina caiu. Ela chegou a gritar e, depois, deu para ouvir o barulho. A trava estava levantada e ela caiu de cabeça. Foi horrível", relatou.

A professora Lilian Galdino, 29, estava ao lado da vítima, no brinquedo. "Ela estava como todo o mundo fica, mas estava segurando embaixo e não na trava", disse.

O inquérito deve ficar pronto em até 30 dias.

Primeira Edição © 2011