Em 2011, 703 ciclistas foram vítimas de acidentes de trânsito em Alagoas

Dados do Hospital Geral do Estado são relativos ao período de janeiro a outubro

27/02/2012 07:17

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Marigleide Moura

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O número é alto.  Dados do Hospital Geral do Estado (HGE) em Alagoasapontam que no período de janeiro a outubro de 2011, foram 703 acidentes de trânsito com algum tipo de ferimento envolvendo ciclistas. Destes, 590 ocorreram em Maceió.

Segundo a Associação Alagoana de Ciclismo esse número chega a 1500 acidentes, em todo o estado, se considerado os casos mais leves em que os envolvidos não são conduzidos até o HGE, recebem atendimento médico em outra unidade de saúde ou ficam sem socorro especializado.

“Não temos dados específicos sobre óbitos e acidentes em Maceió, mas sabemos que esse número pode ser reduzido com medidas e ações por parte de órgãos responsáveis pelo trânsito”, ressaltou o professor Antônio Facchinetti, presidente do conselho administrativo da associação alagoana de ciclismo.

Facchinetti é especialista em transportes e professor do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Alagoas. Segundo ele, a ciclovia está entre as principais medidas para reduzir essa estatística. “Infelizmente não sabemos o que aconteceu para a obra da ciclovia não ter sido terminada”, lamenta acrescentando que o interesse político pode agilizar a resolução desse antigo problema.

“Acredito que a ação política, o interesse em resolver e concluir a obra da ciclovia pode salvar muitas vidas em Maceió, para que não se repita o que aconteceu na quarta-feira de cinzas, onde mais um ciclista foi atropelado e morto quando estava indo ao trabalho”, criticou Facchinetti.

O professor aponta uma série de problemas em relação a ciclovia em Maceió. Ele diz que em Maceió há menos de 30km de ciclovias bidirecionais. "As que foram construídas estão com largura menor do que a mínima absoluta exigida pelo Ministério das Cidades, 2,50m e pior ainda em relação à mínima ideal que é de 3m, além da falta generalizada de sinalização horizontal, vertical, semafórica, ciclofaixas, paraciclos e bicicletáros, entre outras infra-estruturas cicloviárias necessárias".

Ainda de acordo com o Antônio Facchinetti, em 2011, o Ministério Público, a SMTT, Detran e outros órgãos chegaram a se reunir para discutir o problema que vem se agravando a cada dia, dada a caótica situação do trânsito na capital. Um Termo de Ajuste de Conduta deveria ter sido assinado, mas segundo o professor isso não aconteceu.

Protesto

Agora, a associação alagoana de ciclismo prepara um ato em protesto para reivindicar o descaso com o segmento. Cerca de 100 ciclistas devem sair do antigo Corredor Vera Arruda, no Stella Maris até a Via Expressa, às 20h, desta terça-feira, 28. Eles pretendem fechar a Via, nos dois sentidos, por alguns minutos, em um manifesto pacífico por causa da morte do homem atropelado e morto na quarta-feira de cinzas.

Obras da Ciclovia

Procurada pela reportagem do Primeira Edição, a SMTT informou que não cabe ao órgão se pronunciar sobre a obra da ciclovia. A Secretaria Municipal da Construção da Infraestrutura também não se pronunciou sobre o caso. Já o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutuar de Transportes) disse que existe um convênio em que a SMTT é a responsável pelas obras. 

 

 


 

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