Atentado contra palácio presidencial deixa 26 mortos no Iêmen

Ataque com carro-bomba ocorreu logo após o novo presidente do país fazer seu juramento ao cargo

25/02/2012 13:41

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Um carro-bomba explodiu ao tentar atingir um palácio presidencial no sudeste do Iêmen neste sábado, matando pelo menos 26 pessoas e deixando vários feridos, pouco após o novo presidente do país, Abdo Rabbo Mansour Hadi, prestar juramento do cargo na capital, Sana.

A informação foi dada por uma fonte das forças de segurança. Segundo ela, um terrorista suicida detonou o veículo em frente à entrada do palácio, que serve de residência ao chefe de Estado em suas visitas a Al Mukalla, capital da província de Hadhramaut. Guardas de elite republicanos estavam entre os mortos.

No momento do atentado, cometido com uma caminhonete carregada com explosivos, não havia nenhum membro do governo regional ou personalidade política no edifício.

A província de Hadhramaut é conhecida pela grande presença de seguidores da rede terrorista Al Qaeda, que tomaram o controle temporariamente de cidades do sul do Iêmen. Por isso, a fonte não descartou que o atentado tenha sido obra do grupo, que desde 2009 cometeu dezenas de ataques contra alvos governamentais, militares e turísticos na região.

A luta contra a Al Qaeda é uma das prioridades do novo presidente iemenita, que em seu discurso de juramento no Parlamento, em Sana, considerou este assunto "um dever nacional e religioso para conseguir o retorno dos refugiados". A atividade da organização terrorista e grupos próximos se recrudesceu no último ano, desde o início da revolta contra o regime de Saleh.

Depois de prestar juramento, Hadi disse em um discurso que o Iêmen precisa deixar a crise para trás e resolver questões prementes como os problemas econômicos do país e trazer os cidadãos desalojados pela crise de volta aos seus lares. "O caos reinará, se não lidarmos com os desafios de forma prática," afirmou.

Hadi agora está encarregado de supervisionar um período de dois anos de transição política que prevê eleições parlamentares, uma nova constituição e a reestruturação das forças armadas, que ainda estão sob o comando do filho e do sobrinho de Saleh.

Eleições

O pleito presidencial, que convocou mais de 10 milhões de iemenitas às urnas, foi realizado com tranquilidade e com grande participação na maior parte do país. Alguns separatistas sulinos, no entanto, tentaram impor um boicote ao pleito e efetuaram vários ataques violentos, causando a morte de pelo menos três soldados e uma criança.

A eleição marcou o fim dos 33 anos de governo de Saleh, que deixou na quinta-feira os Estados Unidos, onde passou por um tratamento médico que durou mais de três semanas para tratamento de queimaduras após uma tentativa de assassinato em junho.

Saleh foi o quarto líder árabe a deixar o poder em um ano, após revoluções populares terem derrubado os chefes de Estado na Tunísia, no Egito e na Líbia.

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