Grupo Gay de Alagoas vai pedir intervenção federal nos casos de homicídios de homossexuais

Para a entidade, falta interesse do Estado em solucionar mortes de homossexuais

24/02/2012 15:33

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Redação com assessoria

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O Grupo Gay de Alagoas (GGAL), após várias tentativas de desenvolver ações para reduzir os casos de homicídios de homossexuais que não param de crescer no Estado, decidiu na manhã desta sexta-feira (24), que aproveitará a visita do Conselho Nacional LGBT, que estará nos dias 27, 28 e 29 deste mês em Alagoas, para pedir intervenção federal. O Conselho faz visita ao Estado para resolver problemáticas da região Nordeste, em especial à redução da violência contra os LGBT.

Para o presidente do GGAL, Nildo Correia, só há uma saída para que a entidade recue da decisão. O Grupo quer que a Secretaria da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos de Alagoas, implante em tempo real ações que estão engavetadas há mais de 4 anos. Correia salientar que quase nada saiu do papel a exemplo do Plano Estadual LGBT, que seria criado em 2012.

"Temos duas conferências estaduais LGBT que infelizmente só geraram despesas ao governo. Propostas que passaram pela primeira e pela segunda conferência se quer foram impressas para distribuição com a população de LGBT do Estado. Já passaram três meses da segunda conferência e o resultado da mesma está na gaveta da Gerência da Diversidade Sexual de Alagoas, que não passa de cabide de emprego. Enquanto isto estamos jogados aos leões”, desabafou Correia, que também é Coordenador do Relatório de Assassinatos de LGBT em Alagoas.

Segundo dados do GGAL só em 2012, já foram contabilizados mais de 25% em assassinatos de homossexuais e travestis no Estado, em comparação ao mesmo período no ano de 2011. Ainda segundo Correia, a falta de políticas públicas de enfrentamento à violência contra o público LGBT e de políticas que promovam a conscientização da sociedade em relação à diversidade, são fatores que deixam gays, lésbicas, bissexuais e travestis vulneráveis a crueldade, respeito e a falta de informação.

“Por esses e outros equívocos decidimos que pediremos a intervenção federal, ao mesmo tempo responsabilizaremos o Governo do Estado de Alagoas por todos os homicídios registrados em tão pouco tempo, entre os demais engavetados e vítimas agredidas fisicamente e moralmente por todo Estado. Denúncias de agressões verbais e morais chegam quase todos os dias, por motivos de negligência da Gerência da Diversidade Sexual de Alagoas”, revelou.

Ainda segundo Nildo, caso a Gerência da Diversidade Sexual não atue como órgão fiscalizador, acompanhando os casos de violação de direitos humanos e articulando as políticas públicas para o público LGBT, será solicitada a Teotonio Vilela a extinção do cargo.
 

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