Dois jornalistas ocidentais são mortos em bombardeio na Síria

22/02/2012 09:56

A- A+

BBC Brasil

compartilhar:

Dois jornalistas ocidentais foram mortos nesta quarta-feira na cidade síria de Homs, atingidos por bombas que caíram num edifício da cidade, segundo relatos de opositores sírios e do governo francês.

Homs é o principal bastião de oposição ao governo sírio e um dos principais focos de confrontos entre as forças pró e contra o governo do presidente Bashar al-Assad; a cidade está há semanas sob bombardeio.

Ambos os jornalistas - Marie Colvin e Remi Ochlik - eram veteranos de coberturas de guerras, apesar de terem idades e experiências diferentes.

A norte-americana Colvin, de cerca de 50 anos, era uma premiada e respeitada correspondente do jornal britânico Sunday Times, para o qual trabalhava há duas décadas.

Na véspera de sua morte, ela havia sido entrevistada pela BBC em Homs e dissera ter visto cenas "repugnantes", como a de um bebê morto por estilhaços de bombas.

Colvin já havia reportado de zonas de conflito como Kosovo, Serra Leoa, Chechênia e diversos países árabes. Foi ferida em uma emboscada enquanto cobria os combates no Sri Lanka, em 2001, e perdeu a visão do olho direito.

"Fui estúpida (em continuar a cobrir guerras após a emboscada)?", escreveu ela no Sunday Times após o ataque. "Eu me sentiria estúpida se fosse reportar sobre a festa a que fui na noite passada."

Em 2010, em uma homenagem a jornalistas mortos em combate, ela havia defendido que os repórteres continuassem seu trabalho em zonas de guerra, apesar dos perigos.

"Nossa missão é reportar os horrores da guerra com precisão e sem preconceitos", afirmou na ocasião, com uma ressalva: "Sempre temos que nos perguntar se o nível de risco compensa a reportagem".

Primeira Edição © 2011