Programa Sururu das Lagoas é apresentado aos pescadores da lagoa Mundaú

Programa será realizados no Complexo Lagunar Mundaú-Manguaba pela Sepaq

17/02/2012 07:11

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Redação com Sepaq/AL

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O secretário de Estado da Pesca e Aquicultura (Sepaq), Regis Cavalcante, esteve nesta quinta-feira (16) na Federação dos Pescadores de Alagoas (Fepeal), situada em frente à Lagoa Mundaú para esclarecer como será o desenvolvimento do projeto experimental nos complexos lagunares, Sururu das Lagoas, além de pedir apoio aos pescadores para executar a ação.

“O nosso superintendente Edson Maruta e outros técnicos da Secretaria há algumas semanas começaram os estudos in loco com o mapeamento de onde de fato está acontecendo a pescaria, por meio de GPS, e hoje vamos começar a ação propriamente dita”, falou o secretário.

De acordo com os especialistas, hoje o sururu é vendido de forma processada – descascada, despinicada e cozida. O molusco chega a essa forma, depois de passar por várias etapas.

“Eles pescam, dão uma pré-lavada, entregam para as mulheres tirar o visgo, e elas recebem por lata despinicada. O rendimento é baixo. Elas recebem dos pescadores um latão de 18 litros, entre sururu in natura e lama. Quando está na época boa do molusco, esses 18 litros, tornam-se dois quilos do produto final. Na época crítica, das chuvas, além da dificuldade de pescar o sururu, o rendimento se restringe a um quilo, em função da dessalinização da lagoa”, explicou Maruta.

DivulgaçãoO superintendente destacou que normalmente cada marisqueira consegue fazer no máximo quatro latas por dia. E recebem R$ 3 por lata. Para chegar ao mercado, o molusco é cozido, em seguida, retirada a carne da casca, embalado, e repassado ao atravessador, que faz a logística, e finalmente chega ao consumidor.

“Se conseguirmos o êxito do programa, teremos um alimento de melhor qualidade, que poderá ser vendido com a concha. E se antes gerava dois quilos processados, ele poderá gerar 16, 17 quilos, em forma de capote. Isso significa um aumento e agregação significativa ao valor do produto”, completou o diretor da Sepaq, Manoel Sampaio.

Passo a passo do Sururu das Lagoas

Pensando em atender à comunidade que vive do sururu, será testada uma forma de realizar uma aquicultura do molusco, típico de Alagoas. No horário em que os pescadores estão realizando seus trabalhos, entre três e quatro horas da manhã, técnicos da Sepaq irão mapear com GPS onde estão ocorrendo de fato a pescaria. Para os especialistas, a pesca atual é muito variável. Hoje se pesca em um local, amanhã em outro e não existe uma investigação de fato.

Por meio de uma coleta de sementes de sururu¸ colocou-se uma estrutura de cultivo na lagoa Mundaú, semelhante às produções de Santa Catarina e da Espanha, que já são exitosas. Nas lagoas do Estado será uma mistura dos dois processos.

Essa produção é chamada, sistema de meias. Com uma bóia, serão esticadas duas cordas, até o fundo. Ao longo da corda, serão colocados pequenos sacos vazados, para verificar se o sururu cresce naquele ambiente. Como aconteceu com outros mexilhões na Espanha e em Santa Catarina.

Divulgação

Segundo análises, é essencial deixar o sururu no seu habitat natural. Feito isso, o experimento segue com os sacos posicionados em várias profundidades. Porque a cada período avaliado, a pesca vai se deslocando. Dessa maneira, será possível descobrir, mensalmente, onde de fato tem a produção.

“Pois não é toda a extensão da lagoa que produz o sururu. Tudo depende da salinidade, profundidade e correnteza da água”, completou o superintendente Edson Maruta.

O sistema de meias é um produto de pesquisa, que avalia a densidade, quantidade, qualidade e crescimento do sururu. O secretário Regis Cavalcante salientou que tudo é um experimento, e que é necessário tentar. “Se em outros lugares, deram certo, aqui também pode ser viável. Vamos pesquisar. O objetivo é melhorar a vida desse povo, que tem o seu sustento no sururu, mas não tem segurança alguma na pesca dele”.

Vantagens do programa

A principal vantagem do programa será a regularização do cultivo do molusco. Cultivá-lo para que durante todo ano seja possível ter uma produção de qualidade e de forma regular. Outra vantagem, segundo os técnicos, é o fato de que, quando se pesca e não se consegue a venda, não será necessário, descartar o sururu, jogando-o fora. Pois apenas será vendido o que tiver demanda para fazê-lo. O restante será mantido na água.

Os envolvidos nas etapas também irão permanecer com seus trabalhos. “Vai precisar limpar, despinicar, todos que fazem parte do processo, estarão lá, porém com um produto nobre, agregando mais valor ao alimento”, finalizou o secretário Regis Cavalcante. 

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