Pólo de Marechal se consolida e ganhará mais empresas este ano

Nova unidade da Braskem começa a operar em junho e vai duplicar o número de postos de trabalho na área

13/02/2012 05:25

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Luciana Martins - Jornal Primeira Edição

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Consolidado na cadeia produtiva de químicos e plásticos, o Pólo Industrial José Aprígio Vilela, em Marechal Deodoro, após 20 anos consegue recuperar, em definitivo, a sua área B que estava sob domínio da Carpe e penhorada por ações trabalhistas. O local readquirido e regularizado pelo Estado tem uma área de aproximadamente 1 milhão e 700 mil m².

Keylle Lima, secretário-adjunto de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, afirma que nesta nova área duas empresas de cimento serão instaladas. “Nós próximos quatro, cinco meses teremos duas cimenteiras já iniciando obras na área B do Pólo”.

Atualmente 16 empresas estão instaladas no Pólo José Aprígio Vilela (PJAV) gerando três mil empregos diretos. Nos últimos quatro anos o Pólo recebeu seis novas empresas, sendo cinco delas na cadeia químico/plástico, que gerou um incremento de quase 60% na atração de novos negócios. Os investimentos foram de quase R$ 500 milhões.

“O Pólo de Marechal Deodoro está consolidado na cadeia de químicos e plásticos e vem se consolidando enquanto unidade fabril, como área industrial.”, ressalta Keylle.

As seis empresas instaladas no Pólo nos últimos quatro anos são: Corrplastik, Fiabesa, Jaraguá Equipamentos, BBA, Nordaplast e Vetorplast. Das indústrias em operação atualmente, 11 pertencem à Cadeia Produtiva da Química e do Plástico (CPQP), cinco da área de serviços e uma metal-mecânica. Juntas, elas asseguram 2.500 empregos diretos e cerca de 10 mil indiretos.

Keylle revela que o PJAV foi concebido, inicialmente, para atender o setor cloro-alcool-químico e somente as empresas de médio e grande porte podem se instalar no local. “Não temos empreendimentos que vá para lá com menos de 20 mil metros de área porque ele é um pólo fabril diferenciado, voltado para o médio e grande negócio”.


Expansão assegurada em 2012

Miguel GóesPara o ano de 2012, o secretário-adjunto garante que sete novas empresas serão instaladas totalizando um investimento em torno de R$ 200 milhões e mais 840 empregos diretos. Das sete empresas, duas já entraram com proposta de incentivo, duas devem iniciar a construção da fábrica e ficam restando três que vão dar entrada nos projetos.

“Hoje, em Marechal Deodoro, além dos três mil empregos diretos que estão sendo gerados por essas 16 empresas, nós temos mais 3.500 gerados pela ampliação da nova Braskem. Assim, em termos de pessoal, temos em média 6.500 profissionais que circulam diariamente”.

Cada empresa instalada em Alagoas recebe como beneficio a isenção de 15 anos de ICMS, a partir da data que elas começam a fazer o seu faturamento. “Essa é a regra do Prodesin (Programa de Desenvolvimento do Estado de Alagoas). Quando a fábrica emitir a primeira nota fiscal de saída, a partir daquele momento ela começa a contar 15 anos de incentivo”.

Como maior empreendimento e maior investimento no Pólo de Marechal, a nova unidade da Braskem pode ser considerada a empresa âncora do local, uma vez que ela reforça a cadeia produtiva químico/plástico. “Ela é âncora dessa cadeia produtiva e eu diria que, mais do que âncora da cadeia produtiva, ela é âncora do Pólo José Aprígio Vilela”.

No entanto, duas grandes empresas também instaladas no PJAV têm uma força muito grande: Krona e Corrplastik. Elas estão entre as quatro maiores fabricantes de tubos e conexões do país e são importantes no segmento da construção civil e saneamento. “Eu diria que os dois grandes empreendimentos do Pólo José Aprígio Vilela são Braskem e a Jaraguá Equipamentos no segmento metal-mecânica”.

As empresas instaladas em Marechal atendem basicamente o mercado do Nordeste, principalmente no setor de tubos e conexões. “A Jaraguá Equipamentos está atendendo não só o Nordeste, mas também começa a ter o foco na África. Notadamente, qualquer empreendimento hoje que vem para o Nordeste tem o foco muito mais no mercado Norte/Nordeste”.

Segundo Keylle todas as empresas instaladas no PJAV pertencem a grupos brasileiros, inclusive a Jaraguá Equipamentos – a mais forte – é empresa de capital nacional na unidade do setor metal-mecânico. “Hoje não existe nenhuma indústria nacional como a Jaraguá Equipamentos”.

Nova Braskem opera em junho

A nova unidade da Braskem deve iniciar a sua operação em junho deste ano. A fábrica vai produzir um total de 460 mil toneladas/ano. Conectado a este investimento da nova Braskem, vem o investimento da White Martins, cerca de R$ 20 milhões que é para fornecer gás industrial para esta nova unidade.

“Hoje a Braskem produz 260 mil toneladas/ano de PVC. A nova planta vai aumentar essa produção para 460 mil toneladas/ano. Então são 200 mil toneladas, praticamente uma nova fábrica. Você está praticamente dobrando essa capacidade instalada dela”.

O Pólo José Aprígio Vilela tem uma área ocupada de 800 mil metros quadrados e agora mais uma área com um milhão e 700 mil m² ainda desocupada, ou seja, o PJAV possui uma área total de mais de dois milhões de metros quadrados. “O mais importante dessa cadeia produtiva é o núcleo de tecnologia do plástico que, apesar de não estar no PJAV, ele dá suporte a todas as unidades que estão se instalando no Estado”.

Luciana Martins

Além disso, ele possui uma infraestrutura que poucos pólos no Brasil têm. “Nem mesmo, o Pólo de Camaçari possui a infraestrutura que PJAV tem,e isso é dito pelos próprios empresários. Isso por si só, já gera um diferencial competitivo muito significativo”.

Outro ponto forte do PJAV é o tratamento de resíduo sólido e líquido, que tem uma infraestrutura diferenciada e pouco vista nos pólos industriais do Brasil. E mais: o PJAV é um dos pólos que tem um licenciamento completo, ou seja, a empresa que se instala por lá basta pegar uma correspondência da Braskem de que ela (Braskem) está apta a fazer todo tratamento de resíduo, e isto já facilita todo licenciamento ambiental.

“Ele já tem a licença prévia e licença de implantação muito rápida. E mais do que isso é a localização do pólo que está a 15km do Porto de Maceió. Então uma unidade fabril que necessita utilizar o modal do Porto ele tem uma proximidade fantástica que permite escoar a produção e fazer importação de forma muito mais rápida e mais barata”. E acrescenta: “com a duplicação da AL 101 Sul, o acesso ficará muito mais próximo”.

Conforme Keylle os empresários ficam encantados ao conhecer o PJAV, mas, nem todas as empresas podem se instalar no local. “Nós temos um plano diretor e um modelo específico de negócio para o PJAV. Não pode ser empreendimento de pequeno porte, a não ser prestadores de serviço”.

Em termos de infraestrutura o PJAV vai ganhar, ainda este ano, um Centro Administrativo e uma base policial. “Hoje já temos um posto da polícia fazendo ronda na área, mas, agora vamos ter uma base policial. Com isso reforçarmos a segurança do Pólo e teremos mais um diferencial competitivo para aquela região” – diz o secretário-adjunto.
 

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