Habeas corpus a favor do ex-militar Everaldo Pereira é negado pelo STJ

Everaldo Pereira está preso sob acusação de homicídios qualificados

13/02/2012 13:06

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Thayanne Magalhães com STJ

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Em meio à repercussão do julgamento de Lindemberg Fernandes Alves, o assassino de Eloá Cristina Pimentel, o Superior Tribunal de Justiça negou o hábeas corpus em benefício de Everaldo Pereira dos Santos, pai da adolescente, condenado a 33 anos de reclusão sob acusação de homicídios qualificados. A decisão de mantê-lo preso é do desembargador Vasco Della Giustina.

Ex-cabo da Polícia Militar de Alagoas, Santos está preso em Maceió, onde os crimes foram cometidos. Ele estava foragido em Santo André e foi reconhecido durante a cobertura do sequestro, cujas imagens foram transmitidas por várias emissoras de televisão.

No habeas corpus, a defesa do ex-PM pede a reforma da sentença penal condenatória. Ele já havia tentado obter liminar em habeas corpus impetrado na Justiça de Alagoas, mas o pedido foi negado. O desembargador convocado Vasco Della Giustina aplicou a Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal, que impede o julgamento de habeas corpus contra decisão que indeferiu liminar em outro habeas corpus.
O mérito do pedido será julgado pela Sexta Turma.

Julgamento de Lindemberg
O julgamento de Lindemberg Fernandes Alves, pelo Tribunal do Júri, teve início na manhã desta segunda-feira (13). Ele é o assassino da ex-namorada, Eloá Pimentel, morta aos 15 anos, em outubro de 2008, depois de 5 dias de sequestro. Ela foi mantida refém no apartamento onde morava com a família, em Santo André, no ABC Paulista.

Em entrevista concedida ao Fantástico, neste domingo (12), Everaldo falou sobre a morte da filha. “Meu filho chegou me abraçando e falou para mim: ‘pai, acabou. Eloá morreu’. Quando veio a notícia de que já tinham me reconhecido, eu falei: ‘agora, o pai tem que ir embora, porque o pai está correndo risco de vida. Eles já sabem que sou eu, onde eu estou’”.

O ex-militar chegou a dizer que desejou a morte. “Eu desejava a morte, que o Lindemberg viesse e me matasse também, porque enterrar uma filha com 15 anos e não conseguir enterrar porque eu não estava ali”, lamentou.

Everaldo não foi ao enterro da filha, porque foi reconhecido quando apareceu nas imagens das reportagens sobre o caso que eram transmitidas pela televisão. Ele estava foragido da Justiça alagoana acusado de participar da chamada Gangue Fardada, organização criminosa composta por militares que agia nas décadas de 80 e 90 cometendo vários delitos, entre eles assassinatos e assaltos.
 

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