Proibição ao véu islâmico afasta mulheres do futebol, diz príncipe

‘Temos que respeitar a cultura de cada um’, afirma Ali Bin Al-Hussein, da Jordânia

11/02/2012 08:18

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GLOBOESPORTE.COM

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As mulheres muçulmanas estão se afastando do futebol. Esse é o pensamento de Ali Bin Al-Hussein, príncipe da Jordânia, que reclama da proibição da Fifa ao hijab (véu islâmico). A informação é da agência de notícias “Reuters”.

Embora esportes olímpicos como o rúgbi e o tae-kwon-do permitam que muçulmanas usem o véu nas competições, o futebol, o esporte mais popular do mundo, continua contrário a seu uso, citando preocupações com a segurança.

No ano passado, a equipe de futebol feminino do Irã não pode participar do jogo de qualificação na segunda rodada para as Olimpíadas de 2012, contra a Jordânia, porque as jogadoras se recusaram a retirar seus hijabs antes do chute inicial.

O Irã estava no topo do seu grupo na primeira rodada de qualificações para a Olimpíada depois de não perder nenhuma vez, mas a nação asiática foi declarada derrotada por 3 a 0 na segunda rodada porque não se submeteu às regras, pondo um fim abrupto ao sonho de competir em Londres.

- É muito importante que todo mundo tenha a chance de praticar o esporte que ama e, obviamente, as leis dos jogos têm que ser emendadas para permitir isso. Acho que o futebol, como o esporte mais popular do mundo, acessível a todos, deveria assumir a liderança nessa questão, e é o que estamos tentando buscar e esperamos obter uma permissão da Ifab. Temos que respeitar a cultura de cada um – afirmou Ali em entrevista à agência de notícias “Reuters”.

Fundada em 1886, a Junta Internacional da Associação de Futebol (Ifab), é a última instância legislativa do futebol, englobando quatro membros do organismo que governa o esporte mundialmente (a Fifa) e quatro das associações britânicas.

A entidade fará uma reunião na Inglaterra no próximo dia 3 de março, quando o príncipe Ali defenderá que as jogadoras usem o hijab com um velcro, desenhado na Holanda, que pode se abrir se for puxado. Ali espera que isso acabe com as preocupações de segurança.

Em 2010 a Fifa ajustou suas regras para permitir o uso de um gorro que cobria a cabeça das jogadoras, mas não chegava às orelhas nem cobria o pescoço.
 

Primeira Edição © 2011