Pais e alunos protestam contra paralisação das reformas de escolas

Segundo prefeito comunitário, 30 mil estudantes serão prejudicados com a paralisação

10/02/2012 07:31

A- A+

Marcela Oliveira e Marigleide Moura

compartilhar:

Dezenas de pais e alunos protestaram na manhã desta sexta-feira (10) em frente a Escola Estadual Jornalista Lafayete Belo, no Benedito Bentes, contra a paralisação das obras de reformas da escolas estaduais. Eles alegam que cerca de 30 mil alunos serão prejudicados no bairro.

O prefeito comunitário Silvânio Barbosa explica que a mobilização não é contra a ação do Ministério Público Estadual que analisou a documentação e encontrou irregularidades, tampouco a favor da Secretaria de Educação. “Nosso objetivo é mostrar que os estudantes são os maiores prejudicados com a paralisação das obras. A Justiça não pode agir dessa forma. Se achou irregularidades, isso é bom, mas tem que buscar mecanismo para punir!”, disse.

“Sem estudar, esses alunos ficarão a mercê das drogas, da violência e podem ser alvo de qualquer tipo de crime. Já que enquanto estão estudando os pais, geralmente, estão trabalhando”, acrescentou o prefeito.

A dona de casa Célia Maria tem uma filha12 anos que cursa o 6º anos na Lafaiete Belo disse que caso a paralisação das aulas gerará transtornos e interferirá no aprendizado. “Quando para, os alunos ficam com o aprendizado atrasado”.

Barbosa disse também que oito escolas serão reformadas no bairro. Em algumas delas, as obras já tiveram início. A diretora da escola Lafaiete Belo, Gisélia Laurindo, contou que a escola não passa por reformas há pelo menos dez anos. “Há vazamentos, infiltrações, o muro está quebrado, fios de energia estão descobertos e colocam em risco funcionários e estudantes”, falou.

Segundo Laurindo, que já foi até ameaçada de morte por uma aluna, se a reforma não for iniciada logo, a partir de junho, período chuvoso, não haverá condições de ter aula na escola. “Quando chove tudo fica alagado. Ano passado tivemos que interditar uma área porque havia risco de choque. O ambiente aqui é insalubre”, afirmou ela.


Entenda
A Secretaria de Educação começou a reforma de 163 escolas da rede estadual, em caráter de urgência, após desabamento de teto em unidades de ensino em Maceió e em Campo Alegre. Porém, o Ministério Público Estadual encontrou pelo menos 20 irregularidades no contrato com a empresa responsável pela execução das obras.

Segundo a promotora Cecília Carnaúba, o secretário Adriano Soares responderá pelo crime de improbidade administrativa devido às ilegalidades. Carnaúba pediu a imediata suspensão do contrato vencido pela empresa ABR e que não poderia ter sido feito com a dispensa de licitação.
 

Atualizado às 11h30.

Leia também : <<Secretaria diz que vai manter ações de reforma>>

galeria de fotos seta

Primeira Edição © 2011