Polícia diz que prendeu um dos chefes do movimento grevista na Bahia

Doze mandados de prisão estão sendo cumpridos no Estado; 75 já morreram durante greve

05/02/2012 09:11

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R7

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Um dos integrantes do movimento grevista da Polícia Militar da Bahia foi preso durante a madrugada deste domingo (5), segundo informou a SSP (Secretaria de Segurança Pública) . A prisão dele é em cumprimento a um dos 12 mandados de prisão expedidos em que os agentes são acusados de roubo qualificado de viaturas policiais, incitação ao crime e formação de quadrilha.

O agente, lotado na Coppa (Companhia de Policiamento de Proteção Ambiental), é acusado de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público (viaturas).

De acordo com a SSP, o próprio comandante da Coppa, o major Nilton Machado, foi quem efetuou a prisão e o encaminhou para a Polícia do Exército. A secretaria afirmou que além dos crimes, o policial vai passar por um processo administrativo na própria corporação.

Outros 11 líderes grevistas estão sendo procurados pelo comando da Polícia Militar – que não aderiu ao movimento, segundo confirmou ao R7 o subcomandante-geral da PM, coronel Carlos Eleutério, neste domingo (5). Um deles é Marcos Prisco, presidente da Aspra (Associação dos Policiais, Bombeiros e de Seus Familiares do Estado da Bahia).

De acordo com Eleutério, foram expedidos 12 mandados de prisão contra lideranças do movimento, que estão em fase de execução.

- Na tarde deste domingo, teremos uma nova reunião, novas orientações e tentaremos novos caminhos. Só esperamos que isso termine em breve.

Segundo o último boletim da SSP (Secretaria de Segurança Pública) da Bahia, desde o início da greve, na noite desta terça-feira (31) à 1h36 deste domingo, 61 pessoas foram assassinadas na Grande Salvador.

Marco Prisco, líder do movimento grevista da Polícia Militar na Bahia e presidente da Aspra, afirmou, neste sábado (4), que quer espaço para negociação. Segundo Prisco, uma comissão foi montada após indicação do próprio governo do Estado para tentar chegar a um acordo.

O governador da Bahia, Jaques Wagner, afirmou, no sábado (4), que a reivindicação da anistia para os policiais que participam do movimento da greve no Estado não será atendida. Wagner se reuniu com ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, com as Forças Armadas e com a Força Nacional para discutir a questão da greve dos PMs e a onda de violência na BA. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado.

- Não se trata de um ato de arrogância ou de intolerância. Se alguém depreda ônibus, carro da polícia, sai pelas ruas atirando para cima, mata moradores de rua, qualquer coisa dessas é crime independente de quem o cometeu. Ultrapassar a democracia com a violação da lei, comigo não tem acordo.

Violência

Durante a greve, Salvador e as demais cidades do Estado sofreram com arrastões e saques. Escolas e estabelecimentos comerciais fecharam as portas e o serviço de transporte público, em Feira de Santana, foi suspenso. Cerca de 2.350 militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica estão no Estado para reforçar a segurança no Estado.
 

Primeira Edição © 2011