Familiares de militares presos divulgam fotos do presídio Baldomero Cavalcanti

Diretor das Unidades Penitenciárias afirma que, como módulo foi reformado às pressas, há alguns problemas a serem resolvidos, como a falta de cama para todos

03/02/2012 05:30

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Marcela Oliveira

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Familiares de militares presos no presídio Baldomero Cavalcanti continuam inconformados com a transferência. Em contato com o Primeira Edição, entregaram fotos feitas no módulo onde estão detidos e negaram que no Presídio Militar, desativado no último dia 11, os militares tivessem regalias.

“No presídio militar eles tinham televisão, dvd e quartos individuais. Lá em cima [no Baldomero] só têm TV. Eram essas as regalias. Chegaram a afirmar que tinha até piscina lá pra eles, o que havia era um pequeno tanque que acabou chamando a atenção de crianças que tomavam banho nele quando iam visitar seus pais”, disseram.

Ainda de acordo com parentes, o que mais preocupa os familiares é a segurança dos militares presos. “Não questionamos a transferência. Mas que os colocassem em um local específico, uma unidade especial. O que mais tem é Batalhão da Polícia Militar! Lá no Baldomero não tem estrutura física nem segurança”.

Fotos tiradas do local mostram os militares dormindo em colchão no chão ou em cima de cadeiras. “Chegaram mais militares e não há camas suficientes”. Os detentos lotados no módulo denominado COC (Centro de Observação Criminológica) ocupam oito celas, dividida em duas alas de quatro celas com capacidade para quatro pessoas.

Um relatório elaborado pelo Batalhão de Polícia de Guardas (BPGD), durante visita ao módulo no dia 20 de janeiro, aponta o local como inadequado para a custódia dos presos. Segundo o levantamento, nas celas não há condições nem espaço físico para realizarem as refeições, não há porta no banheiro, nenhuma privacidade nem telefone público. “Não há telefone público no local. Desta forma, deve-se garantir telefone público na Penitenciária, devidamente monitorados, em que o preso fará ligações somente a cobrar, sendo a renda investida em prol do sistema carcerário”.

O relatório também aponta que não há local apropriado para os encontros confidenciais, chamados de parlatórios e que, “no caso de uma insurreição (rebelião armada), por parte dos presos comuns dos módulos 1, 2 e 3, colocará em alto risco as vidas dos presos policiais militares”.

O diretor da Direção das Unidades Penitenciárias (DUP), Luciano Gonçalves, informou através da assessoria de comunicação que todas as providências serão tomadas para sanar os problemas ainda existentes.

Ainda segundo a assessoria, o módulo foi reformado às pressas para receber os ex-deputados Talvane Albuquerque, Francisco Tenório e José Maria Tenório, por isso ainda há alguns melhoramentos a serem feitos. “Também não esperávamos receber tantos militares”, justificou a assessoria.

O juiz da Vara de Execuções Penais, José Braga Neto, em entrevistas à imprensa, destacou que eles estão separados dos demais reeducandos e que as celas são salubres e têm condições de abrigar qualquer tipo de preso. “O módulo foi construído ao lado do GAP, tem a segurança garantida”.
 

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