EUA criam 243 mil vagas e desemprego recua para 8,3%

03/02/2012 09:11

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Folha Online

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O índice de desemprego nos Estados Unidos caiu para 8,3% em janeiro, com a adição de 243 mil novas vagas no mercado de trabalho, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira. O nível é o mais baixo desde fevereiro de 2009.

O indicador veio acima da expectativa do mercado, que previa que a taxa permanecesse em 8,5%, nível do fim de 2011. Segundo o jornal americano "The Wall Street Journal", economistas esperavam também que apenas 125 mil novas vagas fossem criadas.

"O crescimento do número de vagas de trabalho foi generalizado no setor privado, com grandes ganhos em serviços, lazer e hospedaria, e manufatura", apontou o documento divulgado pelo Departamento de Trabalho dos EUA.

O relatório também indicou que o crescimento do setor de trabalho foi mais forte nos meses anteriores do que havia sido divulgado previamente, com a economia ganhando 60 mil novas vagas a mais do que os dados que haviam sido medidos para novembro e dezembro de 2011.

De acordo com o governo, a nova queda reportada veio principalmente decorrente de um crescimento genuíno do setor de empregos, e não de uma redução na força de trabalho. O número de desempregados caiu para 12,8 milhões, o menos em três anos.

PERSPECTIVAS

O índice de desemprego vem apresentando queda desde agosto, quando havia sido medido em 9,1%.

Os ganhos recentes no mercado de trabalho também refletem um aumento da confiança no setor privado, que impulsionou o crescimento do emprego. O setor privado adicionou 257 mil vagas, compensando o corte de 14 mil por parte do setor público americano.

Apesar da taxa ter vindo melhor do que o esperado pelo mercado, a emissora americana de TV CNN lembrou que o mercado de trabalho do país ainda tem um longo caminho a percorrer para se recuperar totalmente dos efeitos do pico da crise financeira de 2008 na economia real.

A economia americana criou no ano passado 1,6 milhão de empregos, bem acima dos 940 mil criados em 2010. O índice de desemprego teve média de 8,9% em 2011, sinalizando melhora em relação aos 9,6% do ano anterior.

DESAFIO ELEITORAL

Recuperar o mercado de trabalho americano e colocar a economia do país de volta aos trilhos do crescimento são dois grandes desafios que o presidente Barack Obama enfrenta desde o início de seu mandato em 2009.

Os EUA ainda precisam criar 6 milhões de empregos para voltar ao nível de desemprego que era registrado em 2008. A taxa de desempregados continua historicamente alta e seu desempenho é incerto, uma vez que o país ainda está vulnerável aos efeitos da crise na zona do euro.

Ainda assim, indicadores econômicos vêm sinalizando certa melhora.

Na sexta-feira passada (27), por exemplo, o governo divulgou que o PIB (Produto Interno Bruto) americano havia crescido 2,8% no quarto trimestre, mostrando uma aceleração em relação ao desempenho apresentado no trimestre anterior. Com isso, a economia americana avançou 1,7% em 2011, em comparação a 2010.

Com a aparente melhora, Obama se fortalece na disputa eleitoral por um segundo mandato na Casa Branca, enquanto os pré-candidatos republicanos se atacam mutuamente para conquistar o direito de concorrer pelos votos dos americanos em novembro deste ano.

Primeira Edição © 2011