Alimentação fora de casa também pode ser saudável e barata

Médico nutrólogo dá dicas de opções para comer bem fora de casa

03/02/2012 08:15

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Assessoria

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Comer fora de casa muitas vezes significa apostar em lanches rápidos, como salgados, biscoitos e fast-food, por serem mais baratos, práticos e rápidos. Por outro lado, opções mais saudáveis, como verduras frescas, cereais integrais e carnes magras, são mais difíceis de ser consumidas fora de casa, por exigir preparo e também por implicar em custos mais altos. E esse problema é ainda mais frequente para quem procura seguir as orientações médicas e se alimentar a cada três horas. Para mostrar que alimentação saudável não precisa ser cara, o Dr. José Alves Lara Neto, médico nutrólogo da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), dá algumas dicas para comer bem sem ter muito trabalho nem pesar no bolso.

“Ninguém precisa, necessariamente, se alimentar de três em três horas. A vantagem desse hábito é estimular o metabolismo”, destaca o Dr. Lara. “Com relação aos alimentos “pré-mastigados” – ou seja, aqueles que rapidamente são digeridos e absorvidos só como energia – há diversas opções, como alimentos integrais e frutas, não para substituir, mas para complementar a alimentação. Além disso, não devemos recriminar os fast-foods, pois eles também possuem opções mais saudáveis, como verduras e cereais”, afirma o médico nutrólogo.

O mais importante, segundo ele, é entender que a alimentação diária não deve ser vista como um custo do qual é preciso se livrar. “Escolher o que comer só por ser mais barato é um tiro no pé. Fatalmente isso desencadeará problemas de saúde que, por sua vez, gerarão custos determinados pelas doenças”, analisa.

“Escolas devem dar o exemplo”

Outra questão que merece atenção é a alimentação na hora dos estudos. Nas escolas, os horários de lanches e refeições das crianças e adolescentes, geralmente, são acompanhados de salgados, biscoitos e refrigerantes. A criança acaba fazendo até quatro refeições por dia (em casa e na escola), porém sem seguir cardápios nutritivos que sustentem esse padrão de dieta. “Esse é um grande problema e aumenta muito a obesidade no país. As escolas deveriam sim incentivar as crianças a terem opções de alimentação que considerem a necessidade nutricional regional desses jovens, levando em conta ainda que estão em fase de crescimento”, avalia. Segundo o Dr. Lara, esses bons exemplos na escola ajudam os alunos a levar para casa essas rotinas saudáveis, mudando inclusive o contexto de seu ciclo social.

O médico nutrólogo ressalta que o papel dos pais é importante na educação alimentar de seus filhos. “Os pais são as pessoas mais aptas para ensinar seus filhos sobre qualquer assunto, inclusive a alimentação. Os filhos sempre imitam os pais. Mantendo-se uma alimentação saudável dentro de casa, os filhos passarão a ter os mesmos hábitos, tanto em casa quanto fora”, diz.

Com relação aos líquidos, geralmente, as pessoas optam por refrigerantes e sucos industrializados, mas também há opções saudáveis. “Nada deve ser proibido, mas consumido com moderação. Especialmente bebidas com muito açúcar”. O Dr. Lara lembra que o leite é uma excelente alternativa, que pode ser ingerido uma grande quantidade e saciar sem engordar, além de ser acessível. “Além disso, pode ser suplementado com diversas opções, como cereais, que, de uma maneira geral, podem contribuir fornecendo as calorias desejadas. Por outro lado, os sucos naturais também são ótimas opções nutricionais”, afirma.

Ele ainda alerta que, ao contrário do que muitas pessoas pensam quando o assunto é uma alimentação mais saudável, os alimentos industrializados não devem ser deixados fora do cardápio. “O que não pode é depender deles apenas. O ser humano precisa de todos os nutrientes nas proporções corretas”, completa o médico nutrólogo.

Sobre a ABRAN


A ABRAN é uma entidade médica científica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina. Fundada em 1973, dedica-se ao estudo de nutrientes dos alimentos, decisivos na prevenção, no diagnóstico e no tratamento da maior parte das doenças que afetam o ser humano, a maior parte de origem nutricional. Reúne mais de 3.200 médicos nutrólogos associados, que atuam no desenvolvimento e atualização científica em prol do bem estar nutricional, físico, social e mental da população. Visite www.abran.com.br

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