"Acho que o futebol do Egito vai acabar", diz brasileiro do Al-Ahly

02/02/2012 05:46

A- A+

Terra

compartilhar:

Testemunha ocular da tragédia que deixou 74 mortos e centenas de feridos em Port Said, no Egito, o atacante Fábio Júnior, do Al-Ahly, relatou os momentos de horror após o apito final da partida entre a sua equipe e o Al-Masry, nesta quarta-feira. Em entrevista por telefone ao Sportv, na madrugada desta quinta, o brasileiro descreveu a cena dos vários feridos entre os atletas acuados no vestário pelos torcedores rivais e opinou que a tragédia pode ter severas consequências para o futebol egípcio - que teve seu campeonato nacional suspenso por tempo indeterminado após o episódio.

"Eu tive muito medo, pensei primeiro na minha família nessa hora. Mas graças a Deus, não aconteceu nada comigo. Nós estávamos no vestiário e a torcida querendo entrar e não tinha quase segurança nenhuma. No mesmo instante vinha um torcedor sangrando, outro com perna quebrada dentro do vestiário para o doutor acudir. Nesse meio, eu fiquei com muito medo e o presidente da gente (Al-Ahly) deu uma entrevista dizendo que não vai ter mais não.... Eu acho que o futebol do Egito vai acabar por causa dessa violência, porque não tem segurança nos estádios", descreveu o atacante de 28 anos, autor do gol inaugural da partida no Estádio de Port Said, que terminou com derrota por 3 a 1.

Sem nenhum ferimento após a tragédia campal, Fábio Júnior já tranquilizou seus familiares acerca dos acontecimentos no Egito, apesar de não ter tido contato direto com eles, de acordo com declaração de José Carlos, pai do atacante, ao Bandsports, já na manhã desta quinta.

"Ainda não (teve contato), mas nós fizemos contato com a esposa dele pela internet", disse José, que reside em Sergipe. "Ela disse que estava bem, estava chegando em casa e ele não sofreu nada de grave", completou o pai, que explicitou que o atleta já não estava gostando de viver no país africano, para o qual se mudou em 2011, transferido do Naval, de Portugal.

Primeira Edição © 2011