Nono corpo é retirado dos escombros de prédios do Rio; buscas continuam

27/01/2012 12:30

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Folha Online

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As equipes de resgate localizaram na tarde desta sexta-feira o corpo de mais uma vítima do desabamento de três prédios na região central do Rio. Com isso, já são nove mortos confirmados em decorrência do acidente. Ainda há pessoas desaparecidas.

O último corpo a ser encontrado é de um mulher e estava em um local onde seria uma das saídas do edifício Liberdade, de 18 andares, o primeiro que desabou.

Os bombeiros dizem acreditar que no local podem ser achados outros corpos de pessoas que tentavam sair do prédio antes do desabamento, por isso o trabalho das esquipes está concentrado na área, inclusive com cães farejadores.

Até a tarde de hoje, quatro vítimas já tinham sido identificadas. São elas: o zelador Cornélio Ribeiro Lopes, 73; sua mulher, Margarida Vieira de Carvalho, 73; o catador de papelão Moisés Moraes da Silva (idade não revelada); e Celso Braga Cabral Filho, 44, que já foi enterrado.

Segundo o subcomandante do Corpo de Bombeiros, coronel Ronaldo Alcântara, os objetos pessoais e documentos que estão sendo encontrados entre os escombros são entregues à Polícia Militar.

Ele disse que também já foram recolhidos quatro cofres que pertenceriam a empresas de contabilidade que funcionava no local e que tiveram que ser tirados com guinchos, além de sete caixas eletrônicos da agência bancária do Itaú que funcionava no térreo de um dos prédios que caíram.

DESABAMENTO

Os três prédios localizados ao lado do Theatro Municipal desabaram por volta das 20h30. O teatro não foi atingido, mas seu anexo, onde funciona a bilheteria, sofreu danos por causa dos escombros.

Devido ao trabalhos no local do desabamento, a avenida Treze de Maio (onde ocorreu os desabamento) permanece interditada. A avenida Almirante Barroso também foi bloqueada entre a rua Senador Dantas e a avenida Rio Branco. Já Senador Dantas funciona com mão invertida entre a Almirante Barroso e a rua Evaristo da Veiga.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), afirmou ontem (26) que os indícios apontam que é improvável que o desabamento dos três prédios tenham sido causado por uma explosão. A principal hipótese até o momento aponta para problema na estrutura de um dos prédios.

"Provavelmente, houve uma falha estrutural do prédio maior --de 18 andares-- que levou ao desabamento dos outros dois prédios menores --de dez e quatro andares", afirmou o prefeito. Ele acrescentou ainda que a resposta definitiva sobre as causas do desabamento será dada pela perícia.

Segundo o Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) do Rio, não havia qualquer registro da obra que estava sendo realizada em dois andares de um dos prédios que desabou. De acordo com relatos de testemunhas, havia obras nos 3º e 9º andares do prédio.
O ajudante de obras Alexandre Fonseca, 31, que sobreviveu ao desabamento ao se abrigar dentro do elevador, afirmou, porém, que não mexeu em pilares, vigas e lajes, que poderiam comprometer a estrutura do local.

Fonseca, que prestará depoimento à polícia hoje, afirmou que a obra que acontecia no nono andar do prédio Liberdade --o maior dos três que ruíram-- derrubou apenas duas paredes para remover dois banheiros. Ele disse ainda que não acredita que a obra tenha sido a causa do acidente.

Os prédios da região foram interditados. De acordo com os bombeiros, eles não foram comprometidos, mas foram evacuados por precaução. O prédio do Liceu Literário Português é um dos que foram esvaziados.


 

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