Desemprego dispara na Espanha e alcança 22,85% no 4o tri

27/01/2012 06:12

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Reuters

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A Espanha fechou 2011 com quase uma em cada quatro pessoas de sua população economicamente ativa desempregada, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, destacando a urgência das reformas trabalhistas que o governo pretende apresentar até meados de fevereiro.

A taxa de desemprego disparou para 22,85 por cento no quarto trimestre do ano passado, totalizando 5,27 milhões de pessoas, contra 21,5 por cento no trimestre anterior, informou o instituto nacional de estatísticas.

A taxa, que é a maior em 17 anos, não tem equivalentes entre os países da União Europeia e nem entre os países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Com a economia rumando para a recessão, há pouca perspectiva de que o desemprego caia no futuro próximo.

"A situação da Espanha é complicada porque o país precisa ficar ajustando o déficit (orçamentário) no contexto de um cenário muito difícil para o emprego, e é difícil fazer as duas coisas ao mesmo tempo", disse Nicolas Lopez, analista-chefe da M&G Valores.

O número crescente de consumidores sem renda regular também prejudica as vendas no varejo, que diminuíram 5,4 por cento na comparação anual em dezembro, marcando o 18o mês de declínios, segundo outros dados do instituto.

A proposta de reforma trabalhista da Espanha ganhou apoio provisório dos principais sindicatos e grupos empresariais do país. O governo sinalizou que a reforma facilitará e tornará mais barato para as companhias demitirem e contratarem, além de dar mais proteção aos trabalhadores.

Porém, a transição para um sistema mais flexível será dolorosa.

Com a economia espanhola prestes a encolher em 2012, o banco central disse na segunda-feira esperar que o desemprego fique acima de 23 por cento neste ano e no próximo, acrescentando que uma reforma trabalhista significativa ajudará a gerar vagas no médio prazo.

Os níveis cronicamente altos de desemprego levam muitas famílias a situações difíceis. Os dados desta sexta-feira mostraram que o número de famílias em que nenhum membro está empregado aumentou em 150 mil durante o quarto trimestre, para 1,575 milhões.

Primeira Edição © 2011