Dique Estrada| Moradores denunciam descaso e abandono por parte das autoridades

Marisqueiros têm que dividir espaço com lixo, ratos e insetos; Primeira Edição fez a mesma denúncia há 6 meses

26/01/2012 15:43

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Mylena Fernandes e Rone Barros - estagiários

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A exclusão social faz parte do cotidiano das famílias que vivem aglomeradas às margens da Lagoa Mundaú. Pescadores e marisqueiras vivem há anos sem o atendimento básico à saúde, saneamento, segurança e educação.

Há 6 meses a equipe de reportagem do Primeira Edição esteve na favela Sururu de Capote para registrar a realidade dos moradores que denunciam descaso e abandono por parte das autoridades. Mas o que foi visto na tarde desta quinta-feira (26) foi a mesma situação. Nada foi feito para mudar a realidade dessas pessoas que querem viver apenas com dignidade.

Os moradores disseram que o governo de Alagoas e a prefeitura de Maceió anunciaram a construção de casas e apartamentos populares para as famílias que esperam por mais de doze anos por respostas. A marisqueira Jakeline da Silva denuncia que tudo não passa de promessas.

“Espero minha casa há doze anos. Em época de chuva, tenho medo de perder meu barraco, tenho que colocar lona por cima para que a água não leve tudo que tenho”, disse Jakeline, que conta ainda que já contraiu doenças. “Já peguei dengue e só não morri porque não foi a dengue hemorrágica”.

Outra moradora, dona Maria Márcia Castro, conta que tira sua renda do sururu pescado na lagoa para sustentar seus quatro filhos. Ela diz ainda que espera viver com dignidade e sonha em ter sua casa própria.

“Espero que as autoridades tomem providências e vejam que isso aqui não é lugar para ninguém, pois, todos precisam de uma vida digna e também precisam ser tratados como seres humanos. Temos que batalhar muito para ter o pão de cada dia, para não ver nossos filhos chorando com fome”, reclamou Maria Márcia.

O marisqueiro, Alfredo da silva, diz dividir o mesmo espaço destinado a lixo e animais, o que aumenta a concentração de insetos, ratos, levando doenças a todos da comunidade.

“Tudo é muito difícil. Nós que não temos condições de morar em uma casa digna para sobreviver, somos abrigados a conviver com ratos, baratas e porcos. Não conseguimos dormir por conta do mau cheiro que é muito grande. Total descaso por parte das autoridades”, desabafou. 

A denúncia foi novamente mostrada pelo Primeira Edição. Agora está nas mãos das autoridades competentes definir o futuro das famílias, que vivem à margem da sociedade. 

Supervisão: Thayanne Magalhães

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