Na Itália, sobe para ao menos 15 número de mortos em naufrágio de navio

23/01/2012 12:06

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Folha Online

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As equipes de resgate que trabalham no navio Costa Concordia, na Itália, encontraram nesta segunda-feira mais dois corpos no quarto andar da embarcação, que no dia 13 tombou perto do porto da Ilha de Giglio, segundo o chefe da defesa civil italiana, Franco Gabrielli.

De acordo com Gabrielli, que supervisiona as operações de resgate, os corpos são de duas mulheres e foram encontrados perto do café Internet no quarto deque. "Isto eleva o número de corpos localizados para 15", afirmou.

A nacionalidade das duas pessoas ainda não foi revelada, uma vez que os corpos ainda esperavam para serem removidos da embarcação e levados para identificação, Gabrielli afirmou que o DNA das duas pessoas encontradas serão comparados aos dos DNAs coletados dos parentes das vítimas desaparecidas nos últimos dias.

O navio naufragou no dia 13, próximo à ilha de Giglio, na costa da Itália, após colidir com uma rocha, com mais de 4.200 pessoas a bordo, durante uma manobra não autorizada realizada pelo comandante Francesco Schettino.

Até o momento, foram encontrados os corpos de 15 pessoas mortas no naufrágio e cerca de 20 pessoas continuam desaparecidas.

De acordo com Gabrielli, designado como comissário especial para cuidar do naufrágio, as buscas irão continuar até quando seja possível inspecionar o navio. Ele também afirmou que possíveis cadáveres que estejam entre o casco e o fundo do mar "poderão ser recuperados somente quando a embarcação for retirada da água".

COMBUSTÍVEL
As buscas são dificultadas pelos sinais de que a embarcação se movimenta. Na sexta-feira passada (20), oas equipes do governo italiano informou que o Costa Concordia está afundando a um ritmo constante de 7 milímetros por hora.

Os indícios de que a embarcação se movimenta também preocupa as autoridades por colocarem em risco as 2.380 toneladas de combustível que continuam dentro do reservatório do navio. Se danificado o reservatório, o líquido poderia se espalhar e contaminar as águas do mar.

No sábado (21), a Guarda Costeira confirmou um vazamento de óleo diesel no local, aumentando temores de um desastre ambiental. O derivado de petróleo seria um "tipo leve", que é usado como lubrificante nos maquinários e botes de resgate. O navio levava 185 toneladas do óleo a bordo.

As autoridades italianas não confirmaram o vazamento das 2.380 toneladas do diesel "mais pesado", usado como combustível para os motores da embarcação.

RESPONSABILIDADE
Francesco Schettino, o capitão do navio naufragado, responsabilizou a empresa Costa Cruzeiros pelas manobras de aproximação da ilha de Giglio que ele realizou com a embarcação.

O comandante também afirmou, ao ser questionado pela juíza se esta era a primeira vez que ele se aproximava da região, se ele já tinha feito isso "no passado, com o Costa Europa e outras embarcações".

O presidente da empresa Costa Cruzeiros, Pier Luigi Foschi, proprietária do Costa Concordia, declarou recentemente que a culpa pela manobra considerada arriscada era de Schettino e que sua conduta foi "incompreensível", uma vez que "nunca havia dado sinais de abandono no plano técnico ou no humano".


 

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