Welton Roberto roga aos jurados, aos santos e aos anjos pelos acusados

Welton Roberto usou o filme "Jogos Mortais" para comprovar torturas

18/01/2012 17:29

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Thayanne Magalhães

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O advogado de defesa de Talvane Albuquerque, Welton Roberto, usou termos no mínimo curiosos em sua tréplica durante o julgamento do caso Ceci Cunha na noite desta quarta-feira (18), depois que a acusação usou a gravação de uma entrevista dada por Mendonça Medeiros um dia depois de sua prisão, para comprovar que ele não sofreu tortura na sede da Polícia Federal em Marabá, no Pará.

Durante o julgamento, que se iniciou nesta segunda-feira (16), Mendonça afirmou que sofreu tortura para confessar o crime e acusar Talvane de ser o mandante. Em sua versão, os policiais federais usaram de tortura a mando de Renan Calheiros e do ex-governador Manoel Gomes de Barros.

Para defender a afirmação do réu, Welton Roberto contesta o significado de tortura. “Torturar é causar sofrimento. Eu posso torturar uma pessoa com um pingo d’água na cabeça e não vou deixar nem uma marca. Eu posso dizer que vou fazer mal para a família da pessoa e torturar psicologicamente. Não se pode confundir tortura com lesão corporal”, disse o advogado, tentando justificar o porquê de Mendonça não apresentar marcas de agressão um dia depois de sua prisão, quando ele afirma ter sofrido tortura.

Welton chegou a citar o filme ‘Jogos Mortais’ para exemplificar o que seria tortura e o que seria lesão corporal. “Tem uma cena no filme que é muito engraçada. A pessoa acorda e ouve que precisa tirar uma chave que foi colocada por trás do olho para poder salvar sua vida. A chave foi colocada atrás do olho com anestesia, não foi tortura, porque não causou sofrimento. Mas quando ele for tirar a chave com um bisturi, sem anestesia, isso sim vai lhe agredir”, opinou o advogado.

Além de querer comprovar que os réus sofreram tortura, Welton Roberto também questionou a acusação sobre o que os participantes do crime teriam ganho com a execução do plano de assassinato. “O que foi que essas pessoas ganharam? O Jadielson, o Piaba, que nem era assessor do deputado, o que ele ia ganhar matando aquelas pessoas? O que o Mendonça ganhou? Nada!”, afirmou.

No final de sua tréplica, o advogado rogou aos santos e aos anjos pela liberdade de seus clientes na frente dos jurados. “Eu rogo aos santos, aos anjos, a tudo que vocês acreditam, pois o destino de cinco pessoas, de cinco famílias está em suas cabeças. Julguem com imparcialidade, julguem com justiça, que assim sairemos todos vitoriosos”, finalizou.
 

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