Defesa argumenta diretamente ao júri e questiona veracidade das provas

Welton Roberto se dirige ao júri composto por sete homens: "Vocês farão juízo de valor"

18/01/2012 16:13

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Fran Ribeiro

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Na tréplica da defesa dos réus no julgamento do assassinato da deputada Ceci Cunha e de mais três de seus familiares, o advogado Welton Roberto voltou a questionar a veracidade das provas apresentadas pelo Ministério Público Federal, que atua como a acusação do caso.

“Essas provas são fichinha. O senhor Fragoso apresentou um monte de números, parecia a um matemático, a mega sena. Não tenho medo de número não. Eles não conseguiram provar a veracidade de nenhum dos números”, disse o advogado de defesa, Welton Roberto.

A defesa apresentou três reportagens feitas à época pela TV Gazeta para fundamentar seus argumentos. Nas matérias são apresentadas as versões do inquérito e dos julgamentos que ocorrerem em 1999, pela Justiça de Alagoas. O teor das entrevistas mostra que as provas colhidas na época do crime seriam insuficientes para ligar Talvane e seus assessores à “Chacina da Gruta”. Em uma das reportagens aparece Maurício Guedes como o principal acusado, porém Chapéu de Couro, que estava preso em Sergipe, voltou a incriminar Talvane. “Ele que tinha o interesse de matar a deputada”, dizia na reportagem.

Roberto questiona as provas apresentadas pela acusação. “Perguntem ao Ministério Público onde estão as armas? Onde estão os coletes a prova de balas usadas no crime?” perguntou a defesa ao se dirigir ao júri.

“Agora não estou falando em indícios não. Agora estou falando do juízo que os senhores vão fazer, o juízo de valor. Como é que eles de uma hora pra outra se tornaram monstros? Se eles em sua vida nunca tiveram um ranço de crimes, nem uma prisão por embriaguez? Temos que ter cautela para condenar, senhores. Condenem com base nas ligações. Condenem com base nos depoimentos. Tenham o cuidado no juízo. Não há provas suficientes. Onde está escrito que o Mendonça é pistoleiro? Excelências, temos que ter muito cuidado”, apelou a defesa para os jurados.

Caso sejam condenados, somadas as penas, os réus pegarão em 120 anos de prisão por formação de quadrilha e homicídio duplamente e triplamente qualificado.

Mais detalhes em instantes.
 

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