Presidente da Nigéria faz concessão e sindicatos encerram greve

16/01/2012 16:47

A- A+

Folha Online

compartilhar:

Após dias de greve geral e confrontos, sindicalistas nigerianos encerraram nesta segunda-feira seus protestos e paralisações devido à alta dos preços na gasolina. A decisão chega após o presidente Goodluck Jonathan ter aceito reduzir os preços, embora os subsídios devam ser mantidos. Os protestos, que já deixaram ao menos três mortos, entrariam hoje em sua segunda semana.

"Levando em conta as dificuldades vividas pelos nigerianos (...), o governo aprovou uma redução do preço da gasolina a 97 nairas o litro (aproximadamente US$ 0,60)", ou seja, de 30%, declarou Jonathan em um discurso transmitido pela televisão ao país mais povoado e principal produtor de petróleo na África.

A brusca supressão no dia 1 de janeiro dos subsídios aos combustíveis provocou a duplicação dos preços da gasolina nos postos de combustível, que passou de 65 nairas o litro (US$ 0,40 dólar) para 140 nairas ou mais da noite para o dia.
No entanto, Jonathan negou-se a ceder na questão principal, afirmando que "o governo continuará aplicando uma liberalização completa do setor petroleiro".

O governo justificou o fim dos subsídios aos combustíveis --cerca de US$ 8 bilhões-- para financiar a modernização das infraestruturas do país. Mas a duplicação dos preços da gasolina afeta duramente uma população cuja maioria vive com menos de US$ 2 por dia, e desencadeou uma greve geral desde 9 de janeiro.

EXIGÊNCIAS

Os sindicatos exigem o restabelecimento integral dos subsídios dos combustíveis e o retorno aos preços da gasolina anteriores ao aumento de 1 de janeiro.

Na manhã desta segunda-feira, os militares isolaram os principais pontos estratégicos de Lagos, a capital econômica, pela primeira vez desde o início da greve.

Os soldados proibiam principalmente o acesso a um parque onde eram realizadas as principais manifestações e ocupavam este terreno. Também paravam e registravam os automóveis. As pessoas que tentavam chegar ao parque eram obrigadas a sair.

Os militares tentavam dispersar centenas de manifestantes em Lagos dirigindo seus veículos contra eles.

O presidente permaneceu em silêncio na maior parte da semana passada, durante a qual foram registradas diversas greves e manifestações em massa, em sua maior parte pacíficas. No entanto, alguns protestos desencadearam episódios de violência e foram registrados cerca de 15 mortos.

Finalmente, Jonathan interveio depois do fracasso das negociações com os sindicatos no fim de semana.


 

Primeira Edição © 2011