Taiwan realiza eleições decisivas para relação com a China

13/01/2012 06:10

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EFE

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O presidente taiuanês, Ma Ying-jeou, e a líder do independentista Partido Democrata Progressista (PDP), Tsai Ing-wen, se enfrentarão neste sábado nas urnas em eleições cujo resultado marcará o futuro político da relação com a China.

As eleições presidenciais e legislativas devem ser bastante disputadas e, segundo os analistas, a decisão dos taiuaneses terá impactos na paz e estabilidade de uma região que é centro nervoso da manufatura mundial.

A China e os Estados Unidos observam com expectativa o resultado da votação, já que terá implicações nos laços triangulares e no futuro econômico e de segurança da região, muito importantes para a economia mundial, segundo os especialistas.

Mais de 18 milhões de taiuaneses têm direito a voto na eleição em que se enfrentarão o atual presidente Ma Ying-jeou, do Partido Kuomintang (KMT), a presidente do PDP ,Tsai Ing-wen, e um terceiro candidato, o ex-dirigente do KMT James Soong, atual presidente do Partido Popular.

Nas parlamentares, os partidos políticos competem com suas listas por 34 cadeiras legislativas atribuídas proporcionalmente de acordo com o voto nacional.

As 79 cadeiras restantes serão divididas entre os candidatos com maior número de votos nos 73 distritos eleitorais e nos seis distritos para aborígines.

Nas eleições anteriores, em 2008, Ma Ying-jeou venceu facilmente o candidato do PDP, Frank Hsieh, com 58,45% dos votos, enquanto nas legislativas, realizadas separadamente, o KMT obteve 81 das 113 cadeiras e o PDP apenas 27.

Mas a situação mudou a partir de 2008, quando o PDP passava por uma difícil situação diante das acusações de corrupção do então presidente Chen Shui-bian, do PDP.

Atualmente, após a detenção de Chen no final de 2008, é o KMT que sofre as críticas pelos efeitos da crise financeira mundial na economia.

Na relação com a China, Tsai defende um consenso social, com a participação de grupos civis e políticos, antes de negociar com Pequim, e rejeita a atual base de laços entre os dois Estados (o Consenso de 1992) como formulação ambígua por meio da qual as duas partes aceitam a existência de uma China e a definem a seu modo.

A presidente do PDP propôs a formação de um governo de coalizão, caso saia vitoriosa nas urnas, embora não tenha explicado se isso significa apenas incorporar ao gabinete membros de outros partidos individualmente ou efetuar um pacto com as legendas para a repartição do poder.

Ma Ying-jeou, por sua vez, propõe a manutenção do atual curso de aproximação econômico e social com a China, com a promessa de manter a situação atual de independência de fato, sem declarar a independência formal nem se unir à China.

A possibilidade de que o atual presidente taiuanês perca as eleições e sejam registradas mudanças nas relações com a China atraiu às urnas muitos empresários taiuaneses que vivem nesse país. 

Primeira Edição © 2011