Governo de Mianmar e guerrilha karen pactuam cessar-fogo

12/01/2012 07:58

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EFE

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O Governo de Mianmar e a organização rebelde da etnia karen pactuaram um cessar-fogo nesta quinta-feira na localidade de Paan, no início das conversas formais para alcançar um acordo de paz depois de mais de seis décadas de conflito armado.

O cessar-fogo bilateral era o objetivo prioritário das reuniões da delegação governamental liderada pelo ministro de Transporte Ferroviário birmanês, Aung Min, com os representantes da União Nacional Karen (UNK), comandados pelo chefe de seu braço armado, o general Mutu Saypo.

'O pacto de cessar-fogo foi assinado', indicou a União Nacional Karen em comunicado.

Em uma nota anterior, a organização rebelde assinalara que 'com estas conversas preliminares persegue-se um acordo de cessar-fogo, que é o primeiro passo para solucionar este longo conflito político entre as etnias nacionais e o Governo birmanês'.

O pacto de cessar-fogo foi selado após as conversas informais que as duas partes mantiveram na noite passada em um hotel de Paan, considerada a capital do território karen e na qual a delegação da UNK, formada por 19 membros, foi recebida por milhares de partidários, indicou a organização armada.

A UNK, que chegou a dispor de uma guerrilha composta por 30 mil combatentes bem armados, perdeu gradualmente o controle das regiões montanhosas do nordeste de Mianmar desde que em 1996 o Exército governamental conquistou seu quartel-general em Manerplaw, perto da fronteira com a Tailândia.

Antes de anunciar o cessar-fogo, a organização karen indicou que exigirá ao Governo birmanês, entre outras coisas, a cessação imediata das operações militares nas zonas que reivindicam, a libertação de todos os membros da organização e o fim das restrições ao livre movimento de pessoas desarmadas no território karen, que também deverá ser 'claramente delimitado'.

Atualmente, a União Nacional Karen, que afirma representar sete milhões de pessoas desta etnia, conta com cerca de sete mil guerrilheiros e se mantém, principalmente, com a venda da madeira das florestas.

Cerca de 200 mil pessoas da tribo karen fugiram dos intermitentes combates cruzando a fronteira com Tailândia, incluindo as mais de 150 mil que vivem em campos de refugiados.

Primeira Edição © 2011