Barbosa prevê alta de 4% a 5% para o PIB e de até 5% para a inflação

Projeção para o PIB dada hoje pelo secretário da Fazenda supera previsão oficial dada antes pelo ministério

12/01/2012 15:57

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Agência Estado

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O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou que é possível que o PIB no Brasil crescerá de 4% a 5% neste ano, marca que será superior à expansão estimada pelo seu ministério de 3,2% do País em 2011. "Já foram adotadas medidas de estímulo (da economia) que estarão entrando gradualmente em operação ao longo deste ano, como por exemplo o aumento do salário mínimo (para R$ 622,00), a desoneração do Super Simples, e também do micro empreendedor individual, a desoneração da folha de pagamento", disse.

"Há também os impactos defasados da redução dos juros registradas no segundo semestre do ano passado e mais recentemente algum relaxamento das medidas macroprudenciais", destacou Barbosa. "As medidas, no seu todo, entram em efeito gradualmente e promovem uma recuperação do crescimento que nós achamos que ficará (em 2012) de 4% a 5%", disse. Ele fez os comentários depois de proferir palestra no III Laporde, que está sendo realizado nesta semana na EESP-FGV.

Inflação

Barbosa disse ainda que inflação neste ano deve ficar num patamar menor do que os 6,5% de 2011. "Nós achamos que a inflação fica abaixo de 5%, como tem sido indicado nos relatórios de inflação do Banco Central", destacou. No Relatório Trimestral de Inflação de dezembro, o cenário de referência apontou que o IPCA deve fechar 2012 em 4,7%.

"Não deve se repetir neste ano, pelo menos com a mesma intensidade do ano passado, por exemplo, o aumento de preços de etanol. Tem um aumento, mas não será na mesma magnitude que ocorreu em 2011", disse. "Os preços das commodities se estabilizaram e algumas delas até caíram. Então, algumas coisas que pressionaram a inflação para cima no ano passado não tendem a se repetir neste ano. Mas, há sempre novos fatores. Temos que avaliar qual vai ser o impacto líquido disso", comentou.

Cortes no Orçamento de 2012

O secretário-executivo afirmou também que o valor total dos cortes de despesas do Orçamento de 2012 serão definidos pelo Poder Executivo até o começo do próximo mês. "O valor está sendo discutido entre os ministérios. O ministro (da Fazenda, Guido) Mantega e a ministra Miriam Belchior (do Planejamento) estavam de férias e retornam a Brasília na semana que vem e a discussão deve começar formalmente", disse.

"As áreas técnicas (dos ministérios) já fizeram projeções de cenários para apresentar aos ministros que aí vão avaliar e levar à presidente. Mas essa é uma decisão para ser tomada até o final do mês ou inicio de fevereiro", destacou Barbosa. Ele ressaltou que o Congresso mandou o projeto de lei do Orçamento 2012 para o governo na primeira semana de janeiro e há um prazo legal para sancionar a lei.

Ele não quis comentar sobre o montante do corte de despesas. No ano passado, o contingenciamento atingiu R$ 50 bilhões. Vários analistas, como o economista-chefe da LCA, Braulio Borges, avaliam que para que o governo consiga atingir novamente o superávit primário neste ano a redução dos gastos do Orçamento precisará ficar ao redor de R$ 60 bilhões.

Barbosa afirmou que em 2012 o superávit primário cheio, de 3,1% do PIB, também será alcançado, a exemplo do que ocorreu em 2011. "O crescimento da economia neste ano será maior do que em 2011, de 4% a 5%, então isso tende a acelerar o crescimento da receita", destacou. "Também, como no ano passado, há uma redução, em relação ao PIB, do gasto com pessoal, que continua neste ano e abre espaço orçamentário para dar conta do impacto do aumento do salário mínimo e ainda assim cumprir a meta cheia do superávit primário", comentou.

A meta do superávit primário para o ano passado era de R$ 117,89 bilhões, que foi aumentada pelo governo no dia 29 de agosto para R$ 127,89 bilhões. Para este ano, a meta é de um valor nominal de R$ 139,8 bilhões, o que, segundo o Banco Central, seria o equivalente a 3,1% do PIB.

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