Pernambuco: polícia controla motim em unidade socioeducativa

11/01/2012 14:26

A- A+

G1

compartilhar:

Um novo motim foi controlado na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), localizada no município do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, nesta quarta-feira (11). A rebelião, deflagrada na tarde da terça (10), deixou três internos mortos. Desde o início da manhã, dezenas de parentes cobravam informações sobre os internos na porta da instituição, causando tumulto.

Segundo informações da assessoria da unidade, os internos abriram os portões da ala 2 e começaram a quebrar objetos. O Batalhão de Choque entrou às 9h, com sete cães, para acalmar os ânimos dos reeducandos. A confusão foi controlada por volta das 12h30. A diretora da Funase, Suzete Lúcio, chegou por volta das 11h e falou com os parentes. “Vocês iriam entrar às 9h, mas os meninos estão muito agitados. Tenham calma que vai ser permitida a entrada depois do almoço”, afirmou Lúcio.

A expectativa era grande do lado de fora da unidade. "Eu não sei o que está acontecendo lá dentro, só quero notícias do meu filho", disse, muito nervosa, Luciana dos Santos, mãe de um interno.

Sons de tiros e bombas de efeito moral foram escutados do lado de fora da unidade. Quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chega para fazer algum socorro, o local é isolado. “Pior que ninguém informa nada. Você só escuta os tiros. É uma agonia só. A gente não consegue ver quem o Samu está levando”, destacou Lívia Veloso, parente de um reeducando.

De acordo com a assessoria de imprensa da Funase, ao todo, foram três mortos e nove feridos. Um dos internos sofreu um tiro de bala de borracha na perna. Todos os reeducandos machucados estão com ferimentos leves e foram encaminhados para hospitais locais. Uma mãe ficou sabendo que seu filho está entre os três mortos resultantes da rebelião, passou mal e saiu em estado de choque dizendo: “Mataram meu filho, mataram meu filho, mataram meu filho...”.

Rebelião

Na tarde da terça-feira (10), os reeducandos deram início à confusão. Eles incendiaram colchões e conseguiram bloquear o portão principal da Funase. Os jovens jogaram muitas pedras para o lado de fora, atingindo carros estacionados. A Polícia Militar só conseguiu invadir a unidade quatro horas depois do início da confusão. Três agentes socioeducativos foram feitos reféns pelos internos, mas foram libertados. O motim deixou três mortos, entre eles um jovem que teve a cabeça decepada.

A operação contou com 51 homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar que, para entrar no local, precisaram arrombar um dos portões dos fundos da unidade. Eles usaram bombas de efeito moral e conseguiram render os rebelados.
  

Primeira Edição © 2011