MPF-MA investiga denúncia de assassinato de criança indígena

11/01/2012 04:47

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Terra

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O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF-MA) se reuniu na tarde desta terça-feira com representantes da Polícia Federal e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) para traçar as diretrizes da apuração sobre as notícias de morte de uma criança da etnia Awá-guajá que teria sido queimada viva por madeireiros na terra indígena Araribóia, no munício de Arame (MA).

A Fundação Nacional do Índio (Funai) também foi convidada a participar da reunião, mas não compareceu, encaminhando apenas um relatório preliminar no qual nega a ocorrência do crime e alega não se ter conhecimento da localização do corpo, apesar de confirmar a presença de madeireiros na região.

As informações apresentadas no relatório da Funai divergem da versão inicial da denúncia feita por representantes do Cimi segundo a qual, no ano passado, um índio da etnia guajajara encontrou o corpo carbonizado de uma criança indígena em um acampamento abandonado nas proximidades da aldeia dos Awás-guajás. Diante da divergência entre as versões, o MPF-MA informou que irá intensificar a apuração dos fatos.

Em 2006, o MPF-MA ajuizou ação civil pública contra a Funai, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a União, pedindo a retirada dos madeireiros da região e a instalação de bases de proteção da Funai na terra indígena. O pedido do MPF-MA foi julgado procedente pela Justiça Federal do Maranhão em 2010 mas, devido a uma apelação apresentada pela Funai, que se posicionou contra a instalação das bases, o processo ainda aguarda o julgamento do recurso.

Primeira Edição © 2011